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Apagão coloca em risco alimentos congelados

Além dos transtornos causados na vida dos consumidores e impactos sobre o crescimento do País, a crise energética também pode comprometer a qualidade dos produtos congelados, na ocorrência de um apagão.

Por Agencia Estado
Atualização:

O problema da crise energética, que assola o País e afeta diretamente a economia, não se restringe apenas a ameaças de demissões e adoção de novos hábitos na tentativa de economizar energia. Outro fator merece destaque: os produtos congelados. As indústrias do setor terão que se adaptar para reduzir prejuízos e atingir as metas de economia impostas pelo governo. Além disso, em busca de comodidade, é comum que as famílias armazenem alimentos em seus freezers. Diante desse quadro, o descongelamento indevido pode gerar sérios danos aos alimentos. O alerta é da nutricionista do departamento de Saúde Pública de São Paulo, Mônica Inês Jorge. Ela aconselha que com os riscos de apagão, não é recomendável estocar grandes quantidades de alimentos. "Qualquer produto depois de descongelado não pode ser recongelado, ou seja, colocado novamente no freezer. Além do risco de perda do valor nutritivo, aumentam-se as chances de contaminação, devido ao aparecimento de microorganismos", esclarece. Ela informa que o processo de descongelamento adequado é aquele realizado em temperatura ambiente ou até mesmo mantido em refrigeração. A nutricionista diz que o ideal é consumir o alimento logo após o descongelamento. Se isso não for possível, recomenda-se guardar esse produto no refrigerador por no máximo 24 horas. Após esse período é difícil garantir a integridade do alimento em questão. A saída, segundo a nutricionista, em tempos de crise energética, é realmente manter em estoque apenas o necessário para o consumo diário. Perdigão e Sadia dão dicas ao consumidor A Perdigão, empresa que produz alimentos congelados e resfriados, também está atenta aos riscos do apagão. A assessora de imprensa, Luciana Ueda, diz que os departamentos de qualidade e conservação de alimentos possuem alguns critérios que são recomendados aos consumidores. Entre eles, destacam-se: - Ao adquirir produtos resfriados ou congelados, procurar transportá-los em bolsas térmicas, levando-os imediatamente à geladeira ou ao freezer, evitando assim que os mesmos tenham que ser refrigerados novamente. Este procedimento economiza energia e preserva a qualidade dos produtos; - Não superlotar a geladeira para que o ar circule com facilidade, mantendo assim, as boas condições de conservação, com gasto mínimo de energia; - Evite ao máximo abrir a porta da geladeira e do freezer, principalmente nos momentos de falta de energia elétrica; - No caso de falta de energia elétrica, os produtos congelados (pratos prontos, pizzas, hambúrgueres, entre outros) mantêm a qualidade inalterada por até 3 horas no freezer ou congelador, desde que no momento do corte de energia a temperatura do produto esteja de acordo com a instrução de conservação e a temperatura da área de refrigeração. Os resfriados (presuntos, mortadelas, salsichas, entre outros) conservam-se inalterados por até 2 horas, dentro das especificações acima. A Sadia, outra empresa do setor de congelados, também possui alguns critérios para evitar o perda de qualidade dos alimentos. Segundo informações da chefe do serviço de informações ao consumidor, Maria Fernanda Penna Junqueira, em casos de corte de energia com aviso prévio, a recomendação é agrupar todos os alimentos no freezer e evitar abrir a porta do equipamento, para que a perda de frio seja mínima. Se os alimentos forem descongelados devido à falta de energia sem aviso, o ideal é removê-los o quanto antes e consumi-los imediatamente, com exceção daqueles produtos que indicam em suas embalagens alguma forma de descongelamento específico. Maria Fernanda adverte que se não for consumido, "o produto descongelado deve ser descartado".

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