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Aperto monetário durará quanto for preciso, diz Meirelles

Segundo presidente do BC, em entrevista ao 'Financial Times', objetivo é manter inflação do País na meta

Por Daniela Milanese e da Agência Estado
Atualização:

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, reafirmou, em entrevista ao jornal britânico Financial Times, que está comprometido em manter o aperto monetário "pelo tempo que for necessário", como já constava no último comunicado do BC. O objetivo é manter a inflação na meta, entre 2,5% e 6,5%. Segundo ele, o momento é propício para trazer a equação entre a oferta e a demanda para um equilíbrio, pois atualmente a diferença entre as duas está sendo suprida pelo aumento das importações.   Veja também: Brasil está 'em vias de virar superpotência', diz 'FT'  Assista ao vídeo da entrevista com Meirelles    Meirelles afirmou que, no caso do Brasil, a inflação é uma preocupação não só em razão da alta dos preços das matérias-primas (commodities), mas também pela velocidade acelerada da atividade interna.   O vídeo da entrevista, concedida na residência de Meirelles em São Paulo, faz parte de um especial sobre o Brasil divulgado nesta terça-feira, 8, pelo FT. Durante a conversa com o jornal britânico, o presidente do BC comentou o anúncio do fundo soberano brasileiro.   Meirelles disse que o esforço fiscal de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para a criação do fundo é bem-vindo. "Como os recursos serão aplicados na compra de títulos brasileiros em reais, representará economia", avalia. A medida também contribuirá para reduzir a relação entre dívida e PIB, que já recuou de 56% para 42%, mas continua como preocupação, conforme apontou o jornalista do FT.   Outro questionamento foi sobre o déficit brasileiro em conta corrente (saldo das transações do País com o exterior). Segundo o presidente do BC, o resultado deve-se ao nível elevado da demanda interna. Para ele, no entanto, as reservas externas e o nível recorde de investimento externo direto deixam o País em um caminho sustentável.

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