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Apesar de placar mostrar resistência, consultoria vê 70% de chance de reforma 'robusta'

Eurasia, consultoria de risco político, avalia que as concessões que o governo sinalizou ontem que fará já eram esperadas e fazem parte do jogo

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Por Altamiro Silva Junior (Broadcast)
Atualização:
O presidente Michel Temer (PMDB) Foto: André Dusek|Estadão

SÃO PAULO - A consultoria norte-americana de risco político Eurasia acredita que o governo vai aprovar uma reforma da previdência "robusta", apesar do governo ter autorizado flexibilizar cinco pontos do texto original. Em relatório divulgado nesta sexta-feira, 7, os analistas mantém a probabilidade de 70% para a aprovação do texto com ao menos 50% do conteúdo original.

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A Eurasia avalia que as concessões que o governo sinalizou ontem que fará já eram esperadas e fazem parte do jogo. Além disso, terão impacto fiscal "modesto". O relatório da consultoria ressalta que a resistência à reforma persiste no Congresso e menciona o Placar da Previdência realizado pelo Grupo Estado, que começou a ser divulgado na quarta-feira. O levantamento mostra que a maioria dos deputados é contra a reforma.

"O governo ainda não tem a maioria dos votos para aprovar a reforma, mas claramente tem feito progresso nas últimas duas semanas para conseguir uma maioria", afirma o relatório da Eurasia, assinado pelos analistas especializados em Brasil, Christopher Garman, João Augusto de Castro Neves, Filipe Gruppelli Carvalho e Djania Savoldi.

O resultado do placar da previdência do Grupo Estado parece "assustador", ressalta a Eurasia, mas o levantamento pode sinalizar que os parlamentares não querem ainda publicamente se mostrar a favor de uma reforma impopular. A avaliação dos analistas é que o governo tem feito um esforço com cada partido para explicar a reforma e o custo econômico que teria da não aprovação do texto, mais um ponto para a Eurasia manter a probabilidade de aprovação da reforma em 70%.

A reforma "ambiciosa" proposta pelo governo foi desenhada já com alguma gordura para cortar, destacam os analistas. Por isso, era esperado que o governo recuasse em alguns pontos. Em Brasília, a Eurasia consultou líderes de vários partidos nos últimos dois dias e notou que há resistência ao projeto, mas os parlamentares sinalizaram que está sendo construído um caminho para a aprovação. Por isso, a probabilidade de não aprovação da reforma atribuída pela Eurasia é de apenas 10%.

"Os líderes dos partidos têm feito progresso nas últimas duas semanas em identificar os pontos de pressão em cada partido contra a reforma proposta pelo governo", afirmam os analistas, destacando que as concessões pelo Planalto sinalizadas ontem mostram a estratégia de flexibilizar em alguns pontos que são importantes para os parlamentares, mas de pouco impacto fiscal.

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