O corte da taxa básica de juros, a Selic, de 14,25% para 14,00%, mantém os fundos de investimento e as demais aplicações em renda fixa como investimentos mais indicados para quem quer ter um bom retorno com baixo risco. A poupança continua sendo vista por especialistas como última opção porque rende bem menos que a Selic. Em 2015, o brasileiro que investiu na caderneta de poupança perdeu 2,35% do seu poder de compra, uma vez que a rentabilidade desse tipo de investimento alcançou 8,07%, ante uma inflação de 10,67%.
Com a primeira redução da Selic pelo BC após quatro anos de altas, se inicia um novo ciclo de reduções que vai gradativamente reduzindo a vantagem que as aplicações que acompanham a taxa, como Tesouro Direto e os fundos de investimentos, levam sobre a poupança.
Mas uma equiparação da caderneta aos fundos de investimentos só deve ser vista em meados de 2018. “Para a poupança começar a valer a pena, a Selic precisaria estar bem abaixo. No curto prazo, não tem como melhorar”, afirma Miguel de Oliveira, diretor de Estudos e Pesquisas Econômicas da Anefac.
Com a Selic atual, a rentabilidade da poupança perde para os fundos de renda fixa cujas taxas de administração sejam inferiores a 2,50% ao ano. Michael Viriato, professor do Insper, explica que, na maioria das vezes, as instituições já mostram a rentabilidade líquida do fundo, facilitando a comparação com a poupança.
Viriato explica que “mesmo que a Selic caia, não tem como fugir porque a rentabilidade da poupança está associada a ela”. A taxa de juros básica precisaria retornar aos 8% para a poupança render 70% da Selic e ser tornar mais atrativa. A remuneração da poupança é formada por uma taxa fixa de 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR) - esse cálculo vale para quando a taxa básica de juros (Selic) está acima de 8,5% ao ano.
Diante de possíveis quedas consecutivas da taxa, André Perfeito, da Gradual, recomenda apostar agora em títulos prefixados do Tesouro Direto, que estabelecem na hora da contratação qual será a rentabilidade, e do Tesouro IPCA, atrelado à variação da inflação. Para ele, uma estratégia híbrida, que misture títulos pré e pós fixados, garante mais segurança ao investidor.