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'Aplicação na aeronáutica, satélites e foguetes'

Por Cris Olivette
Atualização:

O prazer em construir objetos e paixão pela aviação fizeram com que o estudante Eber Calebe optasse pela graduação em engenharia aeroespacial. O aluno do oitavo semestre da Universidade Federal do ABC (UFABC) conta que atualmente faz pesquisa patrocinada pela Agência Espacial Brasileira (AEB), por meio do programa Uniespaço. O objetivo é integrar o setor universitário às metas do Programa Nacional de Atividades Espaciais (Pnae)."Estou desenvolvendo um motor de foguete acadêmico de baixa emissão. Ele utiliza álcool, um combustível verde, como um dos propulsantes e tem a água como como subproduto da combustão." Calebe conta que a rotina de pesquisa se mistura com as aulas. "No laboratório, coloco em prática o que aprendo na sala de aula e posso relacionar os conhecimentos teóricos com o desenvolvimento da pesquisa. Gosto de saber que meus colegas e eu somos a mão de obra futura para o desenvolvimento aeroespacial brasileiro", afirma.Segundo o coordenador da graduação da UFABC, Annibal Hetem Junior (foto abaixo), a formação pode ter três aplicações: aeronáutica, satélites e lançadores de satélites. "O objetivo do curso é oferecer conhecimento nessas áreas, que se sobrepõem muito ao longo dos anos. Os egressos acabam sendo especialistas nas três."Hetem Junior afirma que a aeronáutica é a que tem mais demanda. "Esses profissionais têm uma área de atuação bem ampla. Eles podem trabalhar com manutenção de aeronaves e helicópteros, principalmente na Grande São Paulo, que concentra muitas oportunidades. Outra possibilidade é ocupar um cargo de gerência de projetos espaciais mais sofisticados, como os que evolvem o lançamento de satélites ou, ainda, nas áreas de projetos de aeronaves e de motores."Hetem Junior afirma que os egressos não encontram dificuldades para arrumar colocação. "Às vezes, porém, não conseguem atuar exatamente na área de maior interesse logo de início." Segundo ele, as colocações na área espacial se concentram nos órgãos governamentais como Agência Espacial Brasileira e INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. "Quem atua com aeronáutica costuma trabalhar na Embraer, Helibras, ou em empresas áreas como Gol e TAM."Aos 27 anos, o estudante Calebe diz que ainda não definiu em qual área gostaria de trabalhar após a formatura. "Falar do futuro é complicado, um professor e amigo me aconselhou a experimentar todos os campos da engenharia aeroespacial e ver com qual me identifico mais. É isso que estou fazendo no momento."O estudante diz que a experiência atual, com foguetes, é apaixonante. "Estou gostando muito dessa 'brincadeira', pode ser que no futuro eu leve isso a sério e consiga trabalhar com o pessoal do IAE (Instituto de Aeronáutica e Espaço). Mas também não descarto a possibilidade de bater lá no portão da Embraer." O profesor conta que o curso da UFABC existe há sete anos e é o mais antigo do País. "O ITA já possuía o curso de aeronáutica e implantou o aeroespacial, assim como a UNB."

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