O aporte para o BNDES neste ano, dependendo da magnitude que será anunciada, pode anular o corte de gastos de R$ 50 bilhões, detalhado hoje, na avaliação de Carlos Eduardo Freitas, sócio da OF Consultoria e ex-diretor do Banco Central. Este é um grande problema, na avaliação do executivo. A falta de transparência é motivo para insegurança, acrescentou Freitas, em entrevista ao AE Broadcast Ao Vivo.
O ex-BC destaca que os aportes ao BNDES aparecem na contabilidade do governo como empréstimos simples. Não aparecem como déficit primário, nem como dívida líquida do setor público. Por isso é que o executivo, que passou pelas diretorias de área externa e Liquidação e Desestatização do BC, faz o alerta de que o aporte do BNDE, dependendo do tamanho, pode anular o corte de gastos, pois, na prática, poderia levar a um superávit primário zero.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje, na entrevista sobre o detalhamento dos cortes no Orçamento, que o aporte para o BNDES deve ser divulgado nesta semana. O aporte é uma incerteza adicional para o mercado, na avaliação de Freitas.