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Após aderir a refinanciamento de dívida, Vale tem prejuízo de R$ 14,8 bi no 4º tri

Adesão ao Refis impactou fortemente o desempenho da mineradora, que encerrou 2013 com lucro de apenas R$ 115 milhões

Por Economia & Negócios e Agência Estado
Atualização:

SÃO PAULO - A mineradora Vale anunciou nesta quarta-feira, 26, que registrou um prejuízo de R$ 14,8 bilhões no quarto trimestre. As perdas foram 172% maiores que em igual período do ano anterior, quando houve prejuízo de R$ 5,460 bilhões. A volta do prejuízo trimestral após um ano ocorreu devido à adesão ao Refis no fim do ano passado, o que trouxe um forte baque aos números da companhia. Com isso, a empresa fechou 2013 com lucro de apenas R$ 115 milhões, contra R$ 9,8 bilhões em 2012.

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No último trimestre do ano passado a Vale aderiu ao Refis, o programa de refinanciamento de dívidas tributárias do governo federal, e desde lá deixou claro ao mercado que o lucro seria fortemente impactado com essa decisão, que colocou fim a um peso sobre a empresa. Com o acordo, a empresa terá de desembolsar, ao todo, R$ 22,325 bilhões, sendo R$ 5,965 bilhões que foram pagos à vista no fim de novembro e mais R$ 16,360 bilhões em 179 parcelas mensais, corrigidas pela taxa básica de juros, a Selic.

Apesar de grande parte do valor ser pago a prazo, a empresa informou na ocasião que o impacto da dívida no lucro de 2013 seria de R$ 20,725 bilhões, e que os pagamentos seriam feitos sem a necessidade de tomar novas dívidas.

Além da adesão ao Refis e o seu consequente forte desembolso, o ano de 2013 também foi marcado pela continuidade do programa de desinvestimentos, no qual a Vale vendeu ativos fora de seu negócio principal.

Ao longo do ano a companhia acumulou mais de US$ 6 bilhões em venda de ativos, como, por exemplo, a Log-in, a norueguesa fabricante de alumínio Norsk Hydro e uma fatia da VLI. As vendas foram bem recebidas pelo mercado já que, no entendimento dos analistas, o ganho ajudaria a financiar o maior projeto da empresa, o Serra Sul, no Pará. Ele está orçado em US$ 20 bilhões e deve adicionar 90 milhões de toneladas à capacidade da companhia. Esse é o maior projeto em curso da mineradora. A expectativa é de que acrescentará maiores volumes a partir de 2016, fazendo com que a Vale conte com um minério de baixo custo e de ótima qualidade. Para 2014, o mercado aguarda novos desinvestimentos, assim como a busca de parceiros estratégicos. Entre os projetos nos quais são esperados anúncios para este ano estão o corredor Nacala e a linha de fertilizantes. No caso do corredor logístico na África, a Vale afirmou que deverá anunciar até o fim do primeiro semestre a venda da metade da sua fatia de 70%. Outro projeto que pode sair, de vez, do guarda-chuva da mineradora é o de potássio no Rio Colorado, na Argentina.

Minério e China. A Vale trabalhou no quarto trimestre com um preço médio do minério de ferro de US$ 112,97 por tonelada, cifra 12,48% superior à registrada no mesmo período do ano passado. Em relação ao trimestre anterior, o preço foi 6,99% maior. Já a média dos preços do minério em 2013 ficou em US$ 107,43 por tonelada, contra US$ 105,41 registrados no ano anterior.

A China foi o destino de 49% das vendas de minério de ferro e pelotas da Vale no quarto trimestre, somando 40,874 milhões de toneladas. O balanço da mineradora mostrou ainda que as vendas totais de minério de ferro e pelotas no período somaram 84,764 milhões de toneladas, volume praticamente em linha com o mesmo período do ano passado, quando foram negociadas 84.824 milhões de toneladas. Já frente ao trimestre anterior, as vendas cresceram 1,35%.

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