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Após anunciar troca na Petrobrás, Bolsonaro afirma que 'teremos mais' na semana que vem

Em evento em Campinas, presidente afirmou que, se tudo dependesse dele, 'não seria esse o regime que estamos vivendo'

Por Emilly Behnke e  Thaís Barcellos
Atualização:

Brasília e São Paulo - Após anunciar ontem a saída do presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, e indicar para o lugar o general da reserva Joaquim Silva e Luna, o presidente Jair Bolsonaro disse neste sábado, 20, que mais mudanças virão na semana que vem. “Se a imprensa está preocupada com a troca de ontem, semana que vem teremos mais”, disse, sem entrar em detalhes, durante discurso na Cerimônia de Entrada dos Novos Alunos da Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), em Campinas (SP).

Nos bastidores, há a expectativa de que o governo faça mudanças na Esplanada para acomodar nomes do Centrão. Além disso, está programada para a próxima semana a posse do novo ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos-BA), no lugar de Onyx Lorenzoni, que voltará a despachar do Planalto, à frente da Secretaria-Geral.

Presidente participa de cerimônia de entrada de novos alunos na Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx) em Campinas (SP). Foto: TV Brasil/Reprodução

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Em referência à indicação para troca de comando na Petrobrás, Bolsonaro disse que, como governante, precisa “trocar as peças que, porventura, não estão dando certo”. “Problemas hoje temos e tenho que decidir, assim como vocês militares, rapidamente. Pior do que decisão mal tomada é uma indecisão”, afirmou, sem citar nominalmente a Petrobrás em nenhum momento. “O que não falta para mim é coragem para decidir. Mais fácil é se acomodar para quem não tem compromisso com a nossa Pátria. Da minha parte, isso não ocorrerá. Acredito na minha Pátria e tenho dever a cumprir. Não deixarei passar oportunidade, não deixarei de fazer pela Pátria. O que todos nós queremos é trabalhar bem para o futuro do nosso Brasil.” Durante o discurso, o presidente ainda disse que, se tudo dependesse dele, “não seria esse o regime que estamos vivendo”. “Eu representou a democracia no Brasil, nunca a imprensa teve tratamento tão cortês como o meu. Se não acham, é porque não estão acostumados para ouvir a verdade. Juntamente com as Forças Armadas e as instituições, tudo faremos para cumprir a Constituição e para fazer com que a democracia funcione.”

Ápice da covid-19

Bolsonaro também disse tudo indicar que o ano passado foi o ápice da pandemia de covid-19, embora o número de mortes diárias tenha batido recordes neste ano. “Ano passado, ao que tudo indica, foi o ápice dessa malfadada pandemia, que ainda continua nos perseguindo hoje.” “O presidente pode até descansar, a tropa jamais”, disse. Para uma plateia de cerca de 400 novos ingressantes na carreira militar, Bolsonaro destacou princípios da caserna. “Vocês aprenderão brevemente que missão não se escolhe, não se escolhe nem se discute, se cumpre, e tudo é possível pela pátria, até mesmo o sacrifício da própria vida”, afirmou. Também acompanharam o evento o comandante do Exército, Edson Leal Pujol, e os ministros Fernando Azevedo, da Defesa, Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, e Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), além do filho do presidente Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), deputado federal. 

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