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Após boom, setor imobiliário desaquece

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Após esticar expediente, o barbeiro Silvestre voltou à rotina Foto: ALEX SILVA|ESTADÃO

O comércio e o mercado imobiliário também entraram em compasso de espera, depois de um período de efervescência em Itirapina. Os preços dos alugueis para locação, que quase triplicaram, estão voltando ao normal e há vários imóveis desocupados. Empreiteiras que locaram imóveis para funcionários que trabalhavam nas obras civis da fábrica chegaram a pagar R$ 7 mil mensais em contratos que, em períodos normais, valiam R$ 2,5 mil, informa uma corretora.

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Nos últimos oito meses, o restaurante La Pequetita servia mais de 600 refeições por dia, além de 500 marmitas. Agora oferece cerca de 300 e os pedidos de marmitas acabaram. O número de pessoal que trabalha no estabelecimento aumentou de 12 para 17 e foi mantido, por enquanto. “Ainda estou aguentando, mas vai chegar o dia em que terei de cortar”, informa o dono do restaurante, Auris Paulo Bergamini. Além dos funcionários, ele conta com ajuda da esposa, de dois filhos e de um genro.

Há dois anos em Itirapina, vinda de São Paulo, a família Gomes abriu uma loja de equipamentos automotivos, a 4 Irmãos, a única nesse ramo na cidade, e desfrutou dos bons momentos do comércio. “Funcionários da obra recebiam os salários e vinham aqui na loja colocar aparelhos de som no carro, insulfilm e outros equipamentos”, diz André Gomes, de 18 anos.

Agora o movimento está fraco, mas os irmãos e a mãe não desanimaram. Estão construindo ao lado da loja um lava à jato. “É uma oportunidade de negócio, pois aqui a pessoa tem de deixar o carro o dia inteiro para ser lavado e ainda paga caro”, afirma Gomes. “Vamos oferecer preço mais baixo e serviço em 40 minutos.”

Já a maior loja de itens para casa, calçados e vestuário da cidade, a Tem Total Modas, inaugurada há oito meses, não resistiu à queda do movimento após o fim das obras da Honda e da previsão de que a produção só começará em um ano. No dia 19, após período de megaliquidação, a loja fechou as portas. Nenhum representante da empresa, que tem rede de 27 lojas em várias cidades, quis comentar o fechamento.

A decisão da Honda de construir uma segunda fábrica no Brasil, anunciada em agosto de 2013, era para dobrar a capacidade produtiva da marca japonesa no País, para 240 mil veículos ao ano, e desafogar a unidade de Sumaré (SP), que opera com horas extras.

Entre as fabricantes que atuam no País há mais tempo, a Honda foi a única a registrar crescimento de vendas neste ano, de 14,3% até novembro. A empresa informa que, diante das dificuldades atuais do segmento automotivo – que no ano registra queda total de 25% nas vendas –, a expectativa da marca é manter em 2016 o mesmo volume de negócios deste ano, o que poderá ser suprido pela fábrica de Sumaré.

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