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Após censura do senado, é esperada renúncia do ministro boliviano

O voto de censura contra Andrés Soliz Rada, o homem forte da nacionalização dos hidrocarbonetos, foi aprovado pelo Senado. a permanência do ministro no governo depende, agora, de Evo Morales

Por Agencia Estado
Atualização:

O Senado boliviano exigiu hoje a renúncia do ministro dos Hidrocarbonetos, André Soliz Rada, responsável pelo comando do confuso processo de nacionalização do setor de petróleo e gás do país. Foi a primeira vez que o Senado pediu a saída de um ministro do governo Evo Morales. Os senadores da oposição, sem a presença da maioria governista, aprovaram uma moção de censura contra Rada. Contudo, o presidente boliviano poderá derrubar a decisão tomada pelos senadores, já que ele poderá dar um voto de confiança a Rada. A decisão foi contestada pelos senadores que apóiam o governo Evo Morales sob a alegação de falta de quórum para uma decisão desse tipo. Além da moção, os senadores criaram uma comissão parlamentar para investigar denúncias de corrupção na Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB). A ofensiva da oposição é uma reação a denúncias de corrupção ainda sob investigação que recaem sobre o presidente da YPFB, Jorge Alvarado, a mesma empresa que busca a renegociação do contrato de compra de gás pelo Brasil. Ele é acusado de ter assinado um contrato para troca de 2 mil barris de petróleo por óleo diesel. O negócio seria feito com a empresa brasileira Iberoamérica. Hoje, o governo já se pronunciou por intermédio do ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana. Informou que aguardará os relatórios da Controladoria da República e do Fisco boliviano para tomar uma decisão. Evo se justificou assinalando que não quer ?tomar uma decisão errada sobre dados que não correspondam à realidade?. Evo, acusado pela oposição de proteger a corrupção de seu funcionário, se defende e diz que seu governo ?não vai tolerar práticas de corrupção, tráfico de influência e má gestão pública?, ressaltou Quintana. A primeira denúncia partiu de um organismo do próprio governo: a Superintendência de Hidrocarbonetos. O órgão impediu a realização do negócio com a empresa brasileira por ser contrária ao que determinava a nacionalização anunciada em 1º de Maio. A Superintendência informou que o negócio causaria prejuízo de pelo menos US$ 32 milhões ao Estado Boliviano.

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