PUBLICIDADE

Publicidade

Após cinco anos, petroleiras se preparam para leilão da ANP

Na semana que vem, 64 empresas, entre elas algumas asiáticas, vão disputar 289 blocos de exploração de petróleo

Por SABRINA VALLE
Atualização:

Após cinco anos sem ofertar ao mercado novas áreas para exploração de petróleo e gás, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) promove a 11ª rodada de licitação nas próximas terça e quarta-feira, no Rio. Serão ofertados 289 blocos em 11 bacias sedimentares, sendo 166 blocos em mar, 94 em águas profundas, 72 em águas rasas e 123 em terra. Após tantos anos sem leilão de áreas, o mercado aguarda com expectativa o comportamento das empresas nos lances, especialmente da Petrobrás e de novas entrantes, como as asiáticas. Há 64 empresas habilitadas, mas a ANP não divulgou a lista da companhias que depositaram as garantias para participar da disputa. A maioria dos blocos se concentra em novas fronteiras exploratórias e bacias maduras. Ou seja, há poucos blocos ofertados no Sudeste, onde hoje se concentra a exploração de petróleo nacional, e nenhum na camada pré-sal, que terá um leilão exclusivo em novembro. A diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, diz que esta é uma forma de descentralizar investimentos pelo País e melhorar o conhecimento das bacias brasileiras. No caso das bacias maduras, onde já há produção, a oferta beneficia pequenos e médios produtores, que se diziam ameaçados de extinção no País sem novas oportunidades de investimento.A rodada terá lances mínimos somando R$ 627 milhões para todos os blocos das bacias sedimentares de Barreirinhas, Ceará, Espírito Santo, Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Parnaíba, Pernambuco-Paraíba, Potiguar, Recôncavo, Sergipe-Alagoas e Tucano. Caso todos os blocos fossem arrematados, os investimentos mínimos exigidos somariam R$ 3 bilhões. Os lances mínimos (bônus de assinatura) vão de R$ 25 mil, no caso de um bloco na Bacia de Sergipe-Alagoas, a R$ 13,5 milhões, no caso de outro na Foz do Amazonas.Entre os destaques da rodada está a margem equatorial, área que vai do Amapá ao Rio Grande do Norte. A região é apresentada como promessa de uma nova fronteira exploratória do País depois que foi encontrado petróleo na Guiana, que fica bem próximo, e em formações geológicas semelhantes, na costa da África.Também são destaque seis blocos em águas ultraprofundas na Bacia do Espírito Santo, cujo potencial Magda Chambriard comparou à grande área produtora americana do Golfo do México. Novos negócios. O leilão também provocou outros negócios no setor. Em um movimento para se capitalizar, a petroleira OGX, de Eike Batista, acertou com a malaia Petronas a venda, por US$ 850 milhões, de participação de 40% nas concessões dos blocos BM-C-39 e BM-C-40, na Bacia de Campos. A HRT fechou acordo para compra de 60% de participação da BP no Campo de Polvo, também na Bacia de Campos, por US$135 milhões.Já a Petrobrás fechou a venda de participação de 20% em seis blocos exploratórios no Golfo do México, nos Estados Unidos. Os blocos são operados pela BP. A Petrobrás receberá pela transação US$ 110 milhões, além da participação em um bloco exploratório. O diretor de Produção e Exploração da Petrobrás, José Miranda Formigli, disse há duas semanas que diversas empresas estavam procurando a estatal para formação de consórcios para participar do leilão. Segundo Formigli, a Petrobrás será seletiva em seus investimentos e buscará atuar com parcerias.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.