As Bolsas da Ásia, Europa e Nova York fecharam majoritariamente em baixa nesta quinta-feira, 17, após o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) falhar em sinalizar possíveis novas medidas de estímulos na quarta-feira, 16, quando deixou seus juros inalterados. Nesta quinta, o Banco do Japão (BoJ) e o Banco da Inglaterra (BoE) também mantiveram suas políticas monetárias.
A manutenção dos juros por parte do Fed na faixa atual de 0% a 0,25% já era prevista e indicou que a instituição o deixará neste nível até pelo menos 2023. Porém, não houve qualquer sinalização de que possa relaxar ainda mais sua política. "Embora tenha prometido manter os juros baixos, o Fed não preparou o terreno para quaisquer novos estímulos para a bombardeada e ferida economia dos EUA", avaliou o banco IG.
Também desagradou um comentário do presidente do Fed, Jerome Powell, de que alguns setores da economia americana irão demorar mais tempo para se recuperar e de que para alguns, essa melhora virá apenas com a criação de uma vacina para o coronavírus.
Bolsas da Ásia
No Japão, o BoJ igualmente deixou intactas as configurações de sua política monetária durante a madrugada, mas melhorou sua avaliação da economia japonesa. Em coletiva de imprensa, o presidente do BC japonês, Haruhiko Kuroda, disse que manterá comunicação próxima com o novo primeiro-ministro do país, Yoshihide Suga, que assumiu no lugar de Shinzo Abe.
O índice Nikkei caiu 0,67% hoje na Bolsa de Tóquio, pressionado por ações do setor ferroviário, enquanto o Hang Seng recuou 1,56% em Hong Kong, o sul-coreano Kospi se desvalorizou 1,22% em Seul e o Taiex registrou baixa de 0,80% em Taiwan. Já na China continental, o Xangai Composto encerrou o pregão com queda de 0,41%, mas o menos abrangente Shenzhen Composto teve alta marginal de 0,08%. Na Oceania, a Bolsa australiana seguiu o tom predominante da Ásia, apesar de a taxa de desemprego do país ter apresentado uma queda inesperada, de 7,5% em julho para 6,8% em agosto. O S&P/ASX 200 caiu 1,22% em Sydney.
Bolsas da Europa
Na Europa, o Banco da Inglaterra também manteve sua política monetária inalterada, mas fez um discurso mais positivo que o Fed. o BoE discutiu hoje a possibilidade de adotar taxas de juros negativas. Segundo a ata do encontro, o comitê de política monetária foi informado sobre os planos do órgão sobre como implementar uma taxa negativa "eficientemente caso a perspectiva de inflação e de produção" justifique o uso do instrumento "em algum momento".
Mesmo assim, a decisão de não alterar a taxa segurou os ganhos da bolsa de Londres, que caiu 0,47%. O resultado do Fed também pesou: o Stoxx 600 encerrou em baixa de 0,51%, a bolsa de Frankfurt caiu 0,36% e a de Paris recuou 0,69%. Milão, Madri e Lisboa cederam 1,12%, 0,35% e 0,16% cada.
Bolsas de Nova York
No pregão pós-decisão do Fed, Dow Jones recuou 0,47%, o S&P 500 caiu 0,84% e o Nasdaq cedeu 1,27%. Por lá, as gigantes do setor de tecnologia voltaram a realizar lucros e consecutivamente cair. As ações de Apple, Apple e Microsoft caíram 1,60%, 3,30% e 1,40% cada.
No mercado acionário americano, o foco ficou também na aprovação de novas medidas de incentivo pelo Congresso americano. Nesta quinta, o Diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Larry Kudlow, disse que o pacote fiscal de US$ 1,5 trilhão está "na faixa da possibilidade", segundo a agência de notícias Dow Jones.
Petróleo
Os contratos futuros de petróleo fecharam em território positivo hoje, após membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) ressaltarem em reunião a importância de manter o corte na oferta de barris e apoiar os preços, ainda instáveis por conta da queda da demanda causada pela pandemia.
Hoje, o WTI para outubro encerrou com alta de 2,02% a US$ 40,97 o barril, enquanto o Brent para novembro teve ganho de 2,56%, a US$ 43,30 o barril./COLABOROU MAIARA SANTIAGO