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Após definição eleitoral, presidente da Whirlpool vê avanço de 10% no setor

Para presidente da maior fabricante de eletrodomésticos do País, vendas no ano que vem devem crescer independentemente de quem assumir a Presidência; segundo o executivo, mudança já será sentida no fim de 2018, com Black Friday e Natal mais fortes

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Por Márcia De Chiara
Atualização:

Depois de mais um ano sem crescimento, o cenário deve melhorar nas vendas de geladeiras, refrigeradores e fogões com a definição das eleições presidenciais, independentemente de quem seja o vencedor, prevê João Carlos Brega, presidente da Whirlpool para América Latina. “O grande alavancador será a esperança positiva que virá com o novo presidente eleito com 50% mais 1% dos votos e aquela motivação emocional de agora vai”, diz o executivo, que espera um crescimento de dois dígitos no setor no ano que vem.

De acordo com Brega, a mudança já será sentida em novembro e dezembro, com as vendas de Black Friday e Natal crescendo entre 3% e 5% em relação às mesmas datas de 2017. No entanto, a reação ainda será insuficiente para tirar o desempenho deste ano do zero a zero. O executivo lembra ainda que a base de comparação é bem fraca: as vendas do setor neste ano estão no mesmo patamar de 2010.

Maior fabricante de eletrodomésticos do País, a Whrilpool temtrês fábricas em operação e faturamento de R$ 9,4 bilhões. Foto: Felipe Rau/ Estadão

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À frente da maior fabricante de eletrodomésticos do País, com três fábricas em operação e faturamento de R$ 9,4 bilhões no ano passado, Brega acredita que o primeiro e o segundo trimestres do ano que vem serão muito bons. Mas o desempenho do segundo semestre dependerá do andamento das reformas, como a da Previdência e a tributária. “O quarto trimestre será definitivo para sabermos como será 2020: se teremos um voo de galinha ou um crescimento sustentável.”

Os pedidos para o fim de ano já começaram a ser negociados com os varejistas, mas ainda estão em ritmo lento por conta da indefinição do cenário eleitoral. Otimista, a empresa já contratou temporários e acredita que não precisará dar férias coletivas nas fábricas no fim de ano. “A intenção é não parar a produção, pode ter férias numa linha ou outra.”

Custos

Além de registrar vendas estagnadas, 2018 não foi fácil para a companhia, que teve de aumentar pelo menos em três ocasiões os preços por causa de fortes pressões custos.

Pesaram nas contas a disparada do dólar – que saiu da casa de R$ 3, 20 para quase R$ 4 – e os aumentos de matérias primas importantes na produção dos eletrodomésticos, como aço, vidro e resinas plásticas. Outro fator crítico foi o tabelamento do frete, que ocorreu depois da greve dos caminhoneiros.

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“Sofremos um ato de terrorismo que o governo, por falta de liderança, não soube atuar e tomou o remédio inconstitucional”, diz Brega. O executivo conta que a empresa está avaliando a possibilidade de voltar a ter uma frota de caminhões próprios para reduzir os riscos do frete terceirizado.

Embraco

Em meio às turbulências da economia brasileira nos últimos anos, a Whirlpool Corporation tomou uma decisão estratégica importante no País – o segundo maior mercado da companhia no mundo. Em abril, vendeu a Embraco, uma das maiores fabricantes de compressores globais para o grupo japonês Nidec por US$ 1,08 bilhão. O compressor é o principal componente do refrigerador.

Brega explica que, apesar da excelência da Embraco, que respondeu por cerca de 5% do faturamento global do grupo de US$ 21 bilhões no ano passado, a empresa estava fora do foco do grupo que é produtos voltados para o consumidor final.

Na Embraco, recursos que poderiam ser aplicados na inovação de eletrodomésticos eram direcionados para componentes, o que, segundo Brega, não é salutar para o objetivo da companhia.

A transação está sob órgão de defesa da concorrência de vários países onde a empresa atua e deve ser concluída em março de 2019. Reposicionada, a partir do segundo trimestre de 2019, serão lançados vários eletrodomésticos conectados á internet.

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