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Após dois novos leilões do BC, dólar fecha em queda de 4,82%

Para especialistas, intenção de venda direta de dólares não foi apenas promover liquidez no mercado

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Por Redação
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Apesar das cotações mostrarem trajetória de queda desde a abertura dos negócios, o Banco Central fez mais dois leilões de venda de dólares no mercado à vista nesta quinta-feira, 9. Com as ações, a moeda norte-americana fechou em queda pelo segundo dia consecutivo, cotada a R$ 2,170 - baixa de 4,82%. Veja também: Como o mundo reage à crise  Variação do dólar supera queda das commodities na crise FMI age para garantir crédito a emergentes Confira as medidas já anunciadas pelo BC contra a crise Entenda a disparada do dólar e seus efeitos Especialistas dão dicas de como agir no meio da crise Entenda o pacote anticrise que passou no Senado dos EUA  A cronologia da crise financeira  Veja como a crise econômica já afetou o Brasil  Entenda a crise nos EUA  A semelhança entre as condições do mercado na quarta - quando o BC resolveu intervir com leilões de venda depois de cinco anos ausente - e o pregão desta quinta foi a liquidez estreita. Porém, os especialistas afirmam que irrigar o mercado não foi a única intenção da autoridade monetária. Eles argumentam que a taxa de corte dos leilões, de R$ 2,1710 no primeiro e de R$ 2,168 no segundo, foi inferior ao valor que o mercado apregoava antes deles, acima de R$ 2,18. As reticências do mercado cambial doméstico nesta quinta sentiam-se desde cedo. Lá fora, os sinais eram positivos, com as bolsas mostrando recuperação. O noticiário negativo deu trégua e os investidores comemoravam a informação de que o Federal Reserve colocará dinheiro nos bancos em dificuldade. Com isso, o dólar futuro para novembro começou as transações com queda ao redor de 6% (ante o fechamento). Ainda assim os negócios relutavam em ser fechados no mercado à vista. Os especialistas ouvidos pela Agência Estado falavam que havia uma desconfiança em relação à melhora. E a primeira transação do pronto foi feita depois das 10 horas, a R$ 2,190, com recuo de 3,95% na BM&F. O anúncio do primeiro leilão veio cerca de meia hora depois e o mercado aplaudiu a decisão do BC. Segundo um profissional de mercado "a hora de acalmar os mercados é agora, quando há uma trégua lá fora". Para outro operador, ao atuar numa manhã mais tranqüila, o BC, além de mostrar que está disposto a dar liquidez, sinaliza que a taxa "é para baixo". Embora mais otimista, o mercado de câmbio segue cauteloso. Fala-se que serão necessários três ou quatro pregões como o desta quinta para que a confiança seja retomada aos poucos. Até porque a demanda de empresas expostas em câmbio continuaria. O mercado comenta que além das conhecidas Sadia e Votorantim - que zeraram as suas posições cambiais - e Aracruz - que admitiu estar exposta em dólar - várias outras empresas de grande porte estariam precisando de hedge para travar prejuízos com operações estruturadas envolvendo moeda estrangeira. "Não há uma pressão de saída de dólares, pois o fluxo continua positivo, mas a demanda para travar os prejuízos nos mercados de derivativos é grande e deve continuar. Até porque muita gente não está zerando as posições, que isso é caro demais agora, e as operações de hedge terão de ser roladas", explicou um operador. No leilão de swap, o BC vendeu 18,650 mil contratos, o que representa colocação equivale a US$ 911 milhões. De acordo com o BC, foram vendidos 3,1 mil contratos para 1/12/2008, com taxa nominal de 11,89% e linear de 11,42%. A cotação mínima ficou em 98,3772. Para esse lote, a oferta inicial era de 7,150 mil contratos. No lote a vencer em 2/01/2009, foram colocados 15,550 mil contratos, com taxa nominal de 11,22% e linear de 10,791%. A cotação mínima ficou em 97,5440. Nesse vencimento, foram ofertados 27,550 mil swaps. Com essa operação, o BC realiza leilões de venda de swap cambial pelo quarto dia consecutivo nesta semana.

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