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Após duas altas seguidas, juro do crédito cai e atinge menor patamar da série histórica

Redução ocorreu principalmente nas operações para pessoas físicas, cujo juro médio passou de 43% para 41,9%, no período

Por Fernando Nakagawa e da Agência Estado
Atualização:

O juro médio cobrado no crédito livre - parcela de empréstimos não obrigatórios concedida pelos bancos - caiu em fevereiro, após duas altas mensais seguidas. Dados divulgados pelo Banco Central (BC), mostram que a taxa média dessas operações recuou de 35,1% ao ano em janeiro, para 34,3% anuais em fevereiro.

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A redução ocorreu principalmente nas operações para pessoas físicas, cujo juro médio passou de 43% para 41,9%, no período. Nas operações para pessoas jurídicas, o juro médio cedeu 26,5% para 25,9%, no mês passado ante o mês anterior.

 

O juro médio e o spread bancário praticados nos empréstimos às pessoas físicas atingiram em fevereiro os menores patamares da série histórica, iniciada em julho de 1994, informou o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes.

 

No spread, que é a diferença entre a taxa de captação e juro do empréstimo, a margem cobrada pelas instituições financeiras nos créditos às pessoas físicas caiu de 31,8 pontos em janeiro para 30,8 pontos no mês passado, também o menor nível da série.  

 

A queda das taxas de juros nos empréstimos teve relação direta com a redução dos spread bancários no período. O spread é a margem cobrada pelo banco e consiste na diferença entre as taxas de captação e de aplicação. Na média, o spread do crédito livre caiu de 25,1 pontos porcentuais para 24,3 pontos porcentuais, entre janeiro e fevereiro.

 

Caiu também a taxa média de inadimplência nas operações de crédito livre - quando a taxa de juro é livremente pactuada. A inadimplência foi de 5,5% em janeiro para 5,3% em fevereiro, segundo o Banco Central. A redução dos atrasos foi liderada pelas operações das pessoas físicas, cuja taxa de inadimplência caiu de 7,6% para 7,2% No crédito para as empresas, o porcentual das operações com atrasos superiores a 90 dias nos pagamentos recuou de 3,8% para 3,7%.

 

Empréstimos

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operações de crédito do sistema financeiro apresentaram em fevereiro expansão de 0,8% na comparação com janeiro. O volume total de crédito teve crescimento de 16,8% em 12 meses terminados em fevereiro. No último dia do mês passado, o total de financiamentos somava R$ 1,435 trilhão.

 

"A evolução do crédito em fevereiro, além de refletir a sazonalidade característica do período, revelou comportamentos similares entre as carteiras por segmentos, constatando-se expansão tanto na parcela relativa aos recursos livres, quanto nos financiamentos com recursos direcionados, os quais registraram desaceleração comparativamente ao mês anterior", informa o documento divulgado pelo BC.

 

Entre os segmentos, os empréstimos ao setor privado cresceram 0,8% em fevereiro ante janeiro e 14,4% em 12 meses. No âmbito privado, chama a atenção a expansão de 2,7% no mês da carteira de empréstimos para habitação, que acumula crescimento de 46,4% em 12 meses. Ao fim de fevereiro, o volume de empréstimos ao setor privado era de R$ 1,374 trilhão e a habitação acumulava financiamentos de R$ 96,759 bilhões.

 

O BC também informou que a participação do crédito no Produto Interno Bruto (PIB) atingiu 44,9% em fevereiro, ante 45% em janeiro. Um ano antes, em fevereiro de 2009, essa fatia era de 40,7%.

 

Base monetária

 

A base monetária (papel moeda emitido acrescido das reservas bancárias) teve contração de 2,1% em fevereiro na comparação com janeiro na média dos saldos diários, segundo o Banco Central. Com essa evolução, o saldo da base por esse conceito recuou de R$ 165,388 bilhões em janeiro para R$ 161,879 bilhões no mês passado. Em 12 meses, essa cifra teve expansão de 19,2%.

 

No conceito de ponta, que leva o saldo no final do período, a base monetária teve retração de 0,8% entre janeiro e fevereiro, quando o saldo passou de R$ 155,650 bilhões para R$ 154,334 bilhões. Em 12 meses, o valor teve expansão de 13,3%.

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