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Após Fed, Bovespa crava 2a alta seguida com rali no final

Por ALUÍSIO ALVES
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Após oscilar ao sabor do sobe-e-desce de Wall Street e dos preços das commodities, a Bolsa de Valores de São Paulo deixou esses mercados para trás no final da terça-feira e cravou a segunda alta consecutiva. Com um rali já nas últimas operações, o Ibovespa subiu 1,83 por cento, para 34.812 pontos. Mas o giro financeiro foi mais uma vez estreito: apenas 3,73 bilhões de reais. A principal fonte de motivação dos investidores foi o anúncio de um programa do Federal Reserve para comprar dívida relacionada a hipotecas e ativos ligados à dívida de consumidores dos Estados Unidos. A notícia ofuscou o efeito negativo de novas revelações dos estragos provocados pela crise financeira. Dentre eles, o de que o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos teve contração de 0,5 por cento no terceiro trimestre. Mais cedo, o Banco Mundial havia projetado que a economia chinesa vai crescer em 2009 no ritmo mais lento desde 1990. A economia alemã entrou em recessão no terceiro trimestre. "As notícias do Fed criaram uma euforia, uma caça às barganhas", disse Bruno Lembi, sócio da M2 Investimentos. Com apetite para comprar, os investidores enxergaram até notícias negativas com olhos mais condescendentes. Como a de que a mineradora BHP Billiton desistiu de sua oferta hostil de 66 bilhões de dólares pela rival Rio Tinto. Segundo operadores, isso foi visto como positivo para a Vale, que subiu 1,96 por cento, a 23,90 reais, em meio à expectativa de que a mineradora brasileira vai manter sua liderança por mais algum tempo no setor. Mesmo Gerdau, após informar que espera uma queda de 24 por cento nas entregas do quarto trimestre e antecipar paradas em unidades da Açominas e da Siderperú, subiu 4,88 por cento, para 12,89 reais, com um dos melhores desempenhos do índice. Petrobras, excluída do prestigiado Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bovespa e num dia de forte queda do petróleo, subiu 0,68 por cento, a 19,36 reais. Os bancos também contribuíram com pontos positivos para o Ibovespa, sob a liderança dos sócios Itaú e Unibanco, com altas de 4,6 e 4,5 por cento, nesta ordem. A nota negativa do dia ficou com o setor aéreo. Gol, a pior do índice, caiu 5,3 por cento, a 7,54 reais, seguida por Tam, com 4,9 por cento de queda, a 14,50 reais, no dia em que a fabricante de aeronaves Airbus avisou que pode reduzir sua produção pela primeira vez desde 2001. (Com reportagem adicional de Filipe Pacheco)

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