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Após fracassos, Jerry Yang renuncia ao comando do Yahoo

Executivo rejeitou proposta de US$ 44 bi da Microsoft e falhou em acordo com o Google

Por São Francisco
Atualização:

Jerry Yang, o co-fundador e presidente do Yahoo que resistiu a uma oferta de aquisição por parte da Microsoft apenas para pedir depois que as negociações de fusão fossem retomadas, renunciou ao cargo. Em um memorando enviado à equipe da companhia na noite de segunda-feira, Yang, de 40 anos, disse que manteria o seu posto até que o conselho administrativo nomeasse o seu sucessor, um processo que, segundo Yang, contaria com a participação dele. O executivo disse que iria retornar à sua posição anterior, relacionada à estratégia corporativa da companhia, e que continuaria fazendo parte do conselho de administração. O memorando, digitado no seu estilo particular, sem letras maiúsculas, dizia: "tenho a forte crença de que a transformação da nossa plataforma e o melhor alinhamento dos custos e lucros deram, ao diretor-executivo certo, uma janela única para assumir a próxima leva de decisões críticas que o Yahoo terá de enfrentar." O anúncio foi feito um ano e meio depois de Yang ter assumido o comando do Yahoo, sucedendo a Terry Semel, um dono de estúdios de Hollywood que Yang escolheu pessoalmente para o cargo. A gestão de Yang foi marcada pela queda acentuada no preço das ações da empresa e pelo o amplamente divulgado fracasso da oferta de aquisição no valor de US$ 44 bilhões feita pela Microsoft. "A partir da perspectiva dos detentores de ações, essa mudança é definitivamente positiva", disse Ross Sandler, analista da RBC Capital Markets. "Yang realizou um trabalho de pouco brilho depois de assumir as rédeas da companhia com a saída de Terry Semel no ano passado, não apenas estragando completamente o acordo com a Microsoft como também administrando mal as múltiplas reestruturações corporativas que pouco fizeram para recuperar a confiança dos acionistas, empregados e clientes do Yahoo." Sandler também levantou a possibilidade de que a partida de Yang pudesse reavivar o interesse da Microsoft pela Yahoo. Steve Ballmer, presidente da Microsoft, queixou-se que de Yang não teria, pessoalmente, nenhum interesse real no acordo. Um porta-voz da Microsoft recusou-se a comentar o assunto na segunda-feira. O Yahoo disse que buscaria possíveis substitutos dentro e fora da empresa. Os candidatos em potencial incluem Susan L. Decker, diretora do Yahoo; Daniel L. Rosensweig, ex-executivo-chefe de operações do Yahoo e que agora é um dos donos da firma de investimentos Quadrangle Group; e Jonathan F. Miller, ex-chefe da AOL. Depois que Yang foi nomeado para assumir a empresa de buscas, publicidade online e portal de internet, em junho de 2007, ele tentou desenvolver um plano capaz de ajudar o Yahoo a competir com o Google, a empresa dominante no ramo de buscas e publicidade online. Promoveu grandes cortes de pessoal. Mas nada deu certo. Yang tentou também um acordo publicitário com o Google, que poderia trazer até US$ 450 milhões para a empresa. Mas, sob pressão dos órgãos da concorrência dos EUA, o acordo foi desfeito.

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