Publicidade

Após queixas, BC altera ranking do juro

Novo quadro na internet vai agrupar bancos por tamanho para facilitar a comparação

Por Fernando Nakagawa
Atualização:

Após uma chuva de críticas, principalmente das grandes instituições financeiras, o Banco Central (BC) quer concluir, em 30 dias, uma série de mudanças no ranking dos juros em sua página na internet. A ideia é classificar os bancos em grupos para tornar mais fácil a comparação. A falta de distinção entre pequenos e grandes foi uma das críticas dos bancos ao ranking, cuja publicação visa a aumentar a competição no crédito. Não será alterada a forma de cálculo das taxas apresentadas na lista. O que muda é a forma de apresentação dos dados. Para evitar a comparação de diferentes operações e situações, os empréstimos terão critérios mais claros de agrupamento. O objetivo é evitar, por exemplo, que o juro do crédito pessoal oferecido por um grande banco de varejo seja comparado com o de um pequeno, que empresta apenas para os funcionários, com risco e juros mais baixos, portanto. O porte é apenas uma das referências que deve orientar o ranking. Também estão sendo estudadas listas ponderadas pelo tamanho do empréstimo, risco do tomador e segmento de atuação da instituição - como financeiras e bancos de montadoras - entre outros critérios. "Estamos estudando várias opções para avaliar quais se mostram mais eficientes para a comparação dos juros", explica um dos técnicos que trabalha no ranking. "A intenção é que o dado seja o mais transparente possível." Diariamente, cerca de 200 mil pessoas têm consultado o ranking do BC. As informações já estavam disponíveis há bastante tempo na pagina do BC, mas o aumento das queixas de empresários e da população contra os altos custos financeiros, depois do agravamento da crise, levaram o governo, no início deste mês, a dar mais visibilidade às informações. Os bancos reclamaram que o agrupamento dos dados foi feito sem levar em conta as diferentes situações. Na lista do crédito pessoal, por exemplo, são 103 instituições listadas, mas apenas um grupo de uma dezena concentra boa parte das operações e dos clientes. A grita foi maior na Caixa Econômica Federal e no Banco do Brasil (BB), que argumentam que a tabela geral "jogou por água abaixo" seus esforços para reduzir os juros, pressionadas pelo presidente Lula. No crédito pessoal, por exemplo, a Caixa saltaria do 17º lugar para o 1º - o de menor juro - se a listagem for feita apenas com os grandes bancos de varejo. O BB passaria do 35º para o 2º entre os que cobram taxas mais baixas nessas operações.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.