Após susto, setor corporativo reavalia dados e vê tombo menor na pandemia

Redesenho do setor, em relação aos primeiros impactos da pandemia, parece que vai ser menor do que o esperado

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Por Redação
2 min de leitura

Com o passar dos meses, algumas tendências anunciadas em 2020 já precisam ser relativizadas ao final de 2021. Algumas estão relacionadas ao mundo corporativo, principalmente no caso dos setores de evento e, principalmente, na questão da necessidade de as empresas precisarem ou não de mais espaço para o seu dia a dia.

“A necessidade do olho no olho é algo que não vai mudar”, afirma Fernando Didziakas, sócio-diretor da Buildings, empresa especializada no comportamento do setor corporativo. Pela análise do executivo, pode-se dizer que “as mudanças práticas, no setor, por exemplo, de lajes corporativas, ainda são pequenas”.

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Escritório na Faria Lima. Foto: Daniel Teixeira/Estadão - 08/04/2020

 

O redesenho do setor, em relação aos primeiros impactos da pandemia, parece que vai ser menor do que o esperado. Pelos números apresentados durante mais uma edição do Summit Imobiliário Estadão, a taxa de devolução de espaços comerciais, hoje, em um universo de 2,8 mil edifícios corporativos está na casa dos 5%. Nos chamados empreendimentos classe A, em áreas como a da Avenida Faria Lima, por exemplo, dos 4 milhões de m² de 250 imóveis, 150 mil m² foram devolvidos.

Meio do caminho

A discussão entre o trabalho totalmente remoto e o 100% presencial mostra claramente que a tendência é que se fique em um meio do caminho, diz o diretor da Buildings. “Esse é um assunto vencido. Mas a escolha pelo 100% ao vivo está sendo maior do que o 100% online.” No terceiro trimestre de 2021, por exemplo, os dados reforçam a tese de Didziakas. “A taxa de devolução voltou a ficar menor do que a de novas locações.”

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Uma dúvida, porém, persiste. Segundo o executivo, ainda é preciso saber se o fato de as empresas voltarem para seus prédios corporativos, mesmo com 30% menos de pessoal no presencial, por exemplo, vai significar mais ou menos espaço físico.

As características do povo latino, de ter uma interação social mais de perto mesmo no mundo dos negócios, é outro caminho que faz Maria Carolina Pinheiro, vice-presidente de Novos Negócios para a América Latina da Wyndham Hotels & Resorts, ter uma visão otimista do futuro.

“Claro que o momento foi muito duro e exaustivo, mas começamos a ver uma luz no fim do túnel. A tendência é a de que voltaremos a viajar para fazer negócios. Nem sempre a reunião online, entre os latinos, é a melhor opção”, explica Maria Carolina. Segundo ela, mesmo durante a pandemia, o grupo conseguiu assinar 29 novos contratos na região.

Turismo de negócios

Apesar de o turismo de negócios ainda estar travado, a visão positiva da executiva do grupo Wyndham tem a ver também com a retomada, bastante rápida, dos hotéis de lazer. “O mercado está aquecido. Estão todos contentes com os resultados. E, no Brasil, a taxa de câmbio também vai fazer com que os brasileiros visitem mais o próprio Brasil.”

Tendência que faz com que o mercado das multipropriedades, por exemplo, onde a RCI atua com força, também já esteja olhando para frente. “O ano está muito bom. Estamos com 45% das vendas em relação ao período 2019/2020”, afirma Fabiana Leite, Líder de Desenvolvimento de Negócios na América do Sul da RCI. O setor das multipropriedades é o procurado por quem busca uma segunda residência para as férias, e que não precisa ser o mesmo local. A RCI, por exemplo, conta com uma rede de 4,2 mil hotéis e resorts pelo mundo.  

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