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Após tragédia, Vale quer cortar ganhos de executivos em 40%

Corte impactou apenas diretores; cerca de 60% das metas para 2019 estão atreladas a reparações em MG

Por Renata Batista
Atualização:

RIO - Com a tragédia de Brumadinho, a proposta de remuneração dos administradores da Vale (conselheiros fiscais, de administração e diretores estatutários) encolheu quase 40%. O corte impactou apenas os diretores, cujo orçamento é de cerca de metade do realizado em 2018. A remuneração individual nos conselhos de administração e fiscal deve se manter estável.

A companhia também prevê gasto adicional de R$ 15,5 milhões com Comitês Extraordinários, criados após a tragédia. A quantia equivale a 75% dos R$ 20 milhões repassados aos Bombeiros de Minas Gerais. 

Barragem da mineradora Vale em Brumadinho (MG) se rompeu e deixou dia 25 de janeiro Foto: REUTERS/Adriano Machado

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Troca de linhas

As informações estão na proposta de remuneração que será apresentada aos acionistas. A maior parte da economia virá da remuneração variável dos diretores que, no orçamento de 2018, superava os R$ 50 milhões. Metade desse valor permanece no orçamento, em um programa de bônus que passou de R$ 9,7 milhões para R$ 25 milhões em 2019.

A estimativa mostra também que a empresa ampliou os chamados benefícios, previstos em R$ 1,79 milhão no início do ano passado, terminaram 2018 em R$ 2,9 milhões e estão orçados em R$ 4,5 milhões para 2019. 

O corte foi feito no bônus pago em ações. Nesse programa, os executivos são obrigados a adquirir ações equivalentes a 50% do bônus anual. Se as metas de preço dos papéis forem atingidas, os títulos, após três anos, são bonificados: para cada ação do executivo, ele recebe outra.

Na proposta de remuneração, a companhia sinaliza, porém, que 60% das metas da diretoria referente no exercício 2019 estarão atreladas a reparações relativas a Brumadinho e a outras ligadas a saúde, segurança, meio ambiente e comunidades. Os outros 40% referem-se às metas econômico-financeiras, aprovadas antes da tragédia. 

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O orçamento que será levado em assembleia aponta ainda um custo estimado, em 2019, de R$ 22 milhões para desligamento de diretores. O montante refere-se aos desligamentos ocorridos em 2017, 2018 e eventual renovação da diretoria em 2019. 

A Vale foi procurada para esclarecer o orçamento. Até a publicação deste texto, não tinha retornado o pedido de informações do Estado

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