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Após yuan entrar para a cesta do FMI, China diz que não há razão para desvalorizar moeda

O anúncio do FMI gerou especulações de que a China deixaria sua moeda perder valor para se tornar mais competitiva no mercado internacional

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Por Redação
Atualização:

PEQUIM - A China manterá sua moeda em patamar "razoável" e não vê necessidade de depreciá-la, afirmou uma autoridade do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês). O vice-presidente do PBoC, Yi Gang, falou horas após o Fundo Monetário Internacional (FMI) acrescentar o yuan à cesta de moedas utilizada pela instituição nos empréstimos emergenciais para complementar as reservas dos países-membros, os chamados Direitos Especiais de Saques (SDR, na sigla em inglês). A entrada da divisa se dará a partir de outubro de 2016.

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O anúncio do FMI gerou especulações de que a China deixaria a moeda desvalorizar. Em entrevista à imprensa, Yi afirmou que o banco central não vê motivo para depreciação, apontando para a força econômica chinesa e as amplas reservas em moeda estrangeira do país.

"Se o temor é que o yuan se depreciaria fortemente após sua inclusão no SDR, não há necessidade para isso", disse Yi. Segundo ele, o objetivo de longo prazo de Pequim é deixar o yuan flutuar, parando de intervir no câmbio para controlar o valor da moeda. Por ora, o PBoC continuará com as intervenções apenas para conter as flutuações excessivas, afirmou Yi.

Para especialista, yuan representará pelo menos 5% das reservas globais por volta de 2020 Foto: How Hwee Young|EFE

"Será um processo gradual", disse ele. "É importante para manter o yuan em um nível adequado e equilibrado." O vice-presidente do PBoC não quis especificar em que nível estaria esse patamar de equilíbrio. Segundo ele, isso deve ser determinado pelas forças do mercado.

A China depreciou o yuan em agosto. De acordo com autoridades chinesas, a medida era parte de um esforço para deixar a divisa flutuar segundo as forças do mercado.

Com a decisão do FMI, o yuan passará a fazer parte da cesta de moedas que inclui o dólar, o euro, a libra e o iene. A medida, ainda que em grande medida simbólica, é vista como um impulso potencial para que a China continue a caminhar para afrouxar os controles de seu sistema financeiro. Fonte: Dow Jones Newswires.

Fatia. O Standard Chartered Bank espera que ocorra um aumento gradual na diversificação dos investimentos em ativos em yuan por parte dos investidores internacionais e dos gerenciadores de reservas. O bancos centrais globais podem realocar 1% de seus investimentos das reservas para ativos em yuan anualmente, diz o Standard Chartered, que prevê um fluxo positivo nesse sentido de entre US$ 85 bilhões e US$ 125 bilhões dos bancos centrais globais em 2016, com pelo menos 5% das reservas globais denominadas em yuan por volta do fim de 2020.

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Na avaliação do banco do Reino Unido, os bancos centrais devem privilegiar produtos como os bônus denominados em yuan emitidos pelo governo chinês, os bônus dos principais bancos e das empresas mais bem qualificadas e supranacionais. Porém, nesse período, deve haver inevitavelmente incerteza e volatilidade nos mercados financeiros, uma maior variação entre o dólar e o yuan ou nos fluxos financeiros, conforme os investidores internacionais e os gerentes de reservas ajustam portfólios, diz o Standard Chartered. 

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