PUBLICIDADE

Publicidade

Aposentados voltam a trabalhar para completar renda

Por Lu Aiko Otta
Atualização:

Os aposentados estão voltando ao mercado de trabalho para complementar a renda. Essa é uma das conclusões do Ministério do Trabalho a partir dos dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2006. A faixa etária na qual houve maior índice de aumento de emprego foi aquela entre 50 e 64 anos. No ano passado, os trabalhadores nessa faixa de idade chegaram a 4.169.286, um aumento de 9,77% na comparação com 2005. "As pessoas estão conscientes da necessidade de trabalhar após a aposentadoria", disse o ministro do Trabalho, Carlos Lupi. Ele avalia que a necessidade de rendimento extra é a principal razão, mas também conta o fato que as empresas têm buscado funcionários com experiência para treinar os mais jovens que estão ingressando no mercado de trabalho. "Parece um dado negativo, mas não é", disse. "Seria ruim se estivesse diminuindo o emprego nas outras faixas, o que não está acontecendo." A única faixa que mostrou retração no emprego foi aquela entre 16 e 17 anos, com uma queda de 2,07%. Na avaliação de Lupi, esse dado pode indicar que os jovens têm permanecido mais tempo na escola. Os programas para incluir os jovens no mercado de trabalho estão tendo um desempenho aquém do desejado, admitiu o ministro. Para os trabalhadores entre 18 e 24 anos, o crescimento do número de vagas foi de apenas 3,08%, contra uma média de 5,77% para todas as faixas etárias. Em termos absolutos, os trabalhadores que mais conseguiram emprego no ano passado situam-se entre 30 e 39 anos. Nesse segmento, foram criadas 482.690 empregos, um aumento de 4,99% sobre 2005. Instrução Os trabalhadores com ensino médio completo foram os que mais conseguiram emprego no ano passado, segundo a Rais de 2006 divulgada pelo Ministério do Trabalho. Houve um crescimento de 11,7% no volume de trabalhadores empregados com esse nível de escolaridade, um acréscimo de 1.299.862 vagas. Houve forte crescimento do emprego também para os trabalhadores com nível superior incompleto, com uma taxa de 10,81%. Já nas faixas mais baixas de escolaridade houve queda no emprego. Houve uma redução de 2,09% no total de trabalhadores analfabetos empregados. Com a 4ª série incompleta, a queda foi de 2,47%, enquanto para os com 4ª série completa a queda foi de 3,24% e para os com 8ª série incompleta a retração foi de 0,33%. Para os trabalhadores com 8ª série completa ou mais, houve aumento do emprego. Mulheres Os dados da Rais de 2006 revelam que as mulheres com nível superior completo são mais empregáveis do que os homens com a mesma escolaridade. No ano passado, houve um aumento de 5,69% nas mulheres com nível superior empregadas, enquanto para os homens o aumento foi de 3,44%. "A conclusão é que a mulher só consegue ser independente conforme sua escolaridade se eleva", disse o ministro do Trabalho, Carlos Lupi. Considerando todos os níveis de instrução, a quantidade de mulheres empregadas aumentou 6,59% no ano passado, enquanto para os homens a taxa foi um pouco menor: 5,21%. O outro lado da moeda é que as mulheres continuam ganhando menos do que os homens. As trabalhadoras com nível superior completo recebem em média 57,19% da remuneração paga aos homens com a mesma instrução. A desvantagem se repete em todos os níveis de instrução. "Quer dizer que as empresas estão contratando mulheres para pagar menos, essa é que é a verdade", disse o ministro. Setores e regiões O setor de serviços foi o que mais contribuiu para o aumento do emprego no ano passado, segundo revelam os dados da Rais de 2006. Foram abertas 719.119 vagas no setor no ano passado. Em segundo lugar está a indústria de transformação, com 461.322 novas vagas, seguida pelo comércio, com 325.152 vagas e a construção civil, com 148.051 vagas. Os dados da Rais mostram também que o emprego cresce mais rápido em áreas fora do eixo Rio-São Paulo. Os Estados que apresentaram maiores taxas de aumento do emprego foram Tocantins (9,86%), Maranhão (9,32%), Pará (9,28%), Sergipe (8,89%) e Roraima (8,86%). "Estamos invertendo a tradição brasileira, ou seja, o crescimento das regiões mais pobres é maior do que as mais ricas", disse o ministro. Em termos absolutos, porém, a liderança continua com as regiões mais dinâmicas do País. São Paulo lidera o ranking do número de postos abertos, com 554,4 mil novos empregos, um aumento de 5,68% sobre 2005. Em segundo lugar vem o Rio, com 181,8 mil novos empregos, um crescimento de 5,7%.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.