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Aprofunda-se pessimismo do empresário industrial

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Por Redação
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O pessimismo do setor manufatureiro aumentou ainda mais nas últimas semanas, segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) realizada entre os dias 5 e 14 deste mês. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) caiu de 49,2 pontos, em abril, para 48 pontos, em maio - nos dois casos abaixo da média de 50 pontos. Ou seja, o grau de pessimismo superou o do otimismo pelo segundo mês consecutivo. Foi o pior resultado desde janeiro de 2009, ano em que a economia passou por uma recessão (o PIB caiu 0,3%), puxado pela indústria, que declinou 7,3%. Neste mês, apenas 5 dos 38 setores ou subsetores analisados revelaram otimismo, 2 não responderam e 31 declararam-se pessimistas, num levantamento feito com 2.582 indústrias de todo o País, de pequeno (969 companhias), de médio (996) e de grande portes (617 empresas).A queda em relação a maio de 2013 foi de 13,3%. Naquele mês, nenhum setor estava pessimista e o mais otimista era o farmacêutico, com pontuação de 61,7 pontos (neste mês, esse setor continua liderando o otimismo, mas a pontuação caiu para 56,6, queda de 8,2%).Até a indústria da construção, que mostrou mais otimismo nos últimos anos - com 55,4 pontos, em maio de 2013 -, chegou neste mês ao patamar negativo, com 49,9 pontos. No subsetor de construção de edifícios - em especial, para moradia - ainda há otimismo, mas a pontuação de 50,9 pontos é 7% inferior a um ano atrás. E a queda foi abrupta nas obras de infraestrutura (de 57,3 pontos para 48,2 pontos).O pessimismo é especialmente forte nas indústrias de extração de minerais metálicos, madeira, biocombustíveis, informática, ópticos e eletrônicos, máquinas e materiais elétricos, máquinas e equipamentos, veículos automotores e outros equipamentos de transportes, todas com pontuação inferior a 45 pontos. E agudo na indústria da borracha (37,6 pontos). A prévia do Índice de Confiança da Indústria (ICI, da FGV) confirmou, ontem, o pessimismo constatado pela CNI. Na tentativa de reanimar a produção, o governo já utilizou o instrumental de estímulos de que dispunha, como os incentivos fiscais e o crédito subsidiado. Segundo o Ministério do Trabalho, a indústria de transformação cortou 3.427 postos de trabalho em abril. E o ritmo industrial poderá cair mais se a evolução da economia global for insatisfatória, restringindo mercados de exportação de bens brasileiros.

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