
09 de maio de 2016 | 05h00
Gerenciar o novo superministério de energia da Arábia Saudita, encarregado de mais da metade da economia e desenhado para superar a burocracia e tornar o governo mais coerente e eficiente, será um grande desafio. O novo Ministério de Energia, Indústria e Recursos Minerais, sob o comando de Khalid al-Falih, presidente do Conselho da estatal petroleira Aramco, vai lidar com extração de petróleo e gás, geração e distribuição de energia, mineração e desenvolvimento industrial.
As mudanças foram anunciadas no sábado como parte de uma grande reestruturação feita pelo Rei Salman, buscando tornar seu programa de reforma econômica, o Visão 2030, mais fácil de implementar ao encerrar décadas de má comunicação e conflitos entre departamentos do governo.
O novo ministro disse neste domingo, 8, por meio de nota, que o maior exportador de petróleo do mundo está comprometido a atender a demanda por hidrocarbonetos de seus clientes e que manterá suas políticas de petróleo.
“A Arábia Saudita vai manter estáveis suas políticas de petróleo. Permanecemos comprometidos em manter nosso papel nos mercados internacionais de energia e em fortalecer nossa posição como o mais confiável fornecedor de energia do mundo”, disse Khalid al-Falih em um comunicado por email.
“Estamos comprometidos a atender demandas existentes e adicionais de nossa expansiva base global de clientes, apoiados por nossa atual capacidade máxima sustentável.”
Desafio. Ao criar um ministério para fiscalizar setores que respondem por 53% da produção econômica do reino, o arquiteto dessa visão, o vice-príncipe Mohammed bin Salman, está confiando uma grande parte de suas reformas a Falih.
“Para a reestruturação ser bem-sucedida, prestações de contas e responsabilidade precisam ser concentradas no mesmo gabinete. Essa é a razão de designar todos esses setores a um ministério”, disse Sadad al-Husseini, consultor de energia e ex-alto executivo da Aramco. “Ainda falta saber qual tipo de mudanças organizacionais específicas acontecerão no nível operacional.”
Anteriormente, o ministério do Petróleo estava encarregado de extração de hidrocarbonetos e mineração, o ministério de Água e Energia Elétrica lidava com geração de energia e o ministério do Comércio cuidava da indústria. As grandes estatais, como a Aramco, o conglomerado de petroquímicos e metais Saudi Basic Industries Corp (Sabic), a mineradora Saudi Arabian Mining Co (Maaden) e a elétrica Saudi Electricity Co (SEC), ficam entre esses ministérios. Falih deve ter, agora, maior influência na administração dessas companhias.
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