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Aracruz fará investimentos de US$ 2,6 bi no RS

Boa parte dos recursos irá para expansão da fábrica de celulose, que será uma das maiores do mundo

Por Wálmaro Paz e PORTO ALEGRE
Atualização:

O presidente da Aracruz Celulose, Carlos Aguiar, e a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), anunciaram ontem a ampliação dos investimentos da companhia no Estado, para US$ 2,6 bilhões. O dinheiro será destinado principalmente à expansão da fábrica de Guaíba, cuja ampliação está prevista para entrar em funcionamento em agosto de 2010. A unidade se tornará uma das maiores fábricas de celulose do mundo, com capacidade de 1,8 milhão de toneladas/ano de celulose branqueada (usada para diversos fins, inclusive papéis para imprimir e escrever, papéis especiais e papéis sanitários). Hoje a produção é quatro vezes menor. Com esse salto, a fábrica do Rio Grande do Sul será responsável por 36% da produção nacional da Aracruz. A companhia é a maior produtora de celulose branqueada do mundo. "Já temos a licença florestal e a licença industrial", disse Aguiar, durante solenidade no Palácio Piratini. A fábrica vai operar de forma integrada à linha de produção já existente. Segundo a empresa, o Rio Grande do Sul foi escolhido para receber o investimento pelas condições favoráveis de produtividade, de clima e das terras, além do ambiente propício ao empreendimento. Durante a construção da nova unidade, a empresa deve criar até 7 mil empregos diretos. Segundo a Aracruz, um estudo da Fundação Getúlio Vargas mostra que o projeto pode gerar mais de 50 mil postos de trabalho - entre diretos e indiretos - até o fim das obras, que terão terão início no segundo semestre deste ano. FLORESTA Além da fábrica, a Aracruz fará investimento de US$ 600 milhões para a expansão da base florestal. Nos próximos dez anos, serão plantados 120 mil hectares de eucaliptos e 20 mil hectares de reservas nativas. Isso é mais do que o dobro da área atual, que é de 110 mil hectares. Quase metade do investimento florestal, que inclui a aquisição de terras, infra-estrutura e silvicultura, já foi realizado. A implantação de um sistema logístico, que fará ressurgir a navegação pluvial do Estado, também será desenvolvido nos próximos meses. Ele inclui a utilização do rio Jacuí, para o transporte de madeira, e da Lagoa dos Patos, para o transporte de celulose. HIDROVIAS Cerca de 50% da matéria-prima da unidade chegará ao local por hidrovias. Para cumprir essa meta, a Aracruz terá de construir três terminais fluviais - em Guaíba (onde está a fábrica), Rio Pardo e Cachoeira do Sul. O escoamento da celulose será feito pela Lagoa dos Patos até um terminal marítimo que deverá ser erguido em São José do Norte, em frente ao porto do Rio Grande. A maior parte da produção será destinada ao continente asiático e será escoada pelo novo terminal. O investimento em infra-estrutura e logística chegará a US$ 170 milhões, segundo a empresa. Além do tratamento terciário junto à nova indústria para evitar a poluição das águas do Rio Guaíba, o projeto leva em consideração o conceito de fábrica de mínimo impacto. Nela, as tecnologias são aplicadas no processo integral e têm como característica principal produzir mais com menos insumos químicos. O investimento em preservação ambiental ficará em torno de US$ 15 milhões, dinheiro que será aplicado em área do bioma do Pampa. A governadora Yeda Crusius ressaltou que o Estado "não deu nem dará nenhum incentivo fiscal para a empresa". Segundo ela, o investimento é de uma vez e meia o feito pela General Motors no Rio Grande do Sul em 1999. NÚMEROS 450 mil toneladas de celulose por ano é a produção atual da Aracruz no Rio Grande do Sul 1,8 milhão de toneladas será a capacidade de produção da unidade de Guaíba até o fim das obras 36% é quanto a unidade gaúcha vai representar da produção nacional da Aracruz 250 mil hectares será a área de plantio de eucaliptos e de reserva dentro de dez anos. Hoje a área na região é de 110 mil hectares 7 mil empregos diretos devem ser criados com o projeto

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