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Área cultivada no Brasil pode aumentar 50% em 15 anos

País pode elevar sua área cultivada dos atuais 62 milhões de hectares para cerca de 92 milhões em 2022

Por Agencia Estado
Atualização:

O Brasil pode elevar sua área cultivada dos atuais 62 milhões de hectares para cerca de 92 milhões em 2022, segundo cálculos do ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, divulgados nesta segunda-feira. "Em 15 anos a área utilizada para a agricultura deve aumentar em cerca de 50%, aproveitando-se apenas de terras que hoje são exploradas pela pecuária e sem derrubar florestas ou provocar prejuízos ambientais", afirmou Rodrigues em comunicado do Ministério de Agricultura. "Além disso, graças ao aumento da produtividade da pecuária brasileira, a expansão agrícola ocorrerá sem que o Brasil reduza sua produção de carne", acrescentou o ex-ministro. O Brasil, hoje em dia o maior exportador mundial de carnes, pode aumentar sua produção de carne bovina sem aumentar a área dedicada à pecuária graças aos avanços tecnológicos obtidos pelos criadores. Atualmente, a pecuária ocupa cerca de 220 milhões de hectares, quase quatro vezes a área dedicada à agricultura. "Os lucros de produtividade na criação de gado liberarão áreas para a produção de grãos", afirmou Rodrigues, que foi ministro da Agricultura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva até a semana passada, e que ainda representa o governo em alguns eventos internacionais. O País também é líder mundial na produção de soja, café, açúcar, etanol (combustível derivado da cana de açúcar) e suco de laranja, e com o aumento da área cultivada pode transformar-se em um gigantesco abastecedor de alimentos e bioenergia. "O crescimento da produção baseado no aumento dos níveis de produtividade foi um fator fundamental para a preservação ambiental. Se isso não tivesse ocorrido, seria necessário o dobro da área explorada atualmente para chegar ao atual nível de produção", disse Rodrigues. De acordo com o ex-ministro, as tecnologias desenvolvidas pelo Brasil para produzir combustíveis a partir da cana de açúcar (etanol) e de oleaginosas como a soja (biodiesel), assim como de veículos e até aviões que utilizem estes biocombustíveis, abrem uma alternativa ao petróleo. "O maior exemplo da loucura coletiva do século XX foi ter apostado em um combustível fóssil, não renovável e altamente poluente como o petróleo", afirmou. Segundo Rodrigues, o Brasil produz atualmente cerca de 16 bilhões de litros de etanol ao ano e, com a ampliação das áreas cultivadas, pode elevar essa produção para cerca de 28 bilhões de litros em dez anos. Atualmente o País destina 6 milhões de hectares ao cultivo de cana de açúcar, e tem possibilidade de utilizar outros 20 milhões para o cultivo deste produto. "O Brasil está empenhado em que cada vez mais países produzam etanol, pois dessa forma será possível transformá-lo em uma matéria-prima e garantir sua comercialização mundial", disse Rodrigues, referindo-se aos acordos de cooperação para a produção do combustível que o governo brasileiro assinou com várias nações.

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