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Argentina afrouxará restrições à importação de móveis

Por MARINA GUIMARÃES
Atualização:

O governo da Argentina decidiu afrouxar as restrições aplicadas às importações de móveis brasileiros. A decisão representa um recuo do governo, depois que o Brasil manifestou a intenção de levar o conflito à Organização Mundial do Comércio (OMC) e ao Tribunal Arbitral do Mercosul. "Publicamos hoje no Diário Oficial a decisão de acabar com a exigência de visto consular para a importação de móveis de madeira e peças de móveis do Brasil", anunciou a ministra de Indústria e Turismo, Débora Giorgi, durante entrevista coletiva à imprensa.A medida obrigava o exportador brasileiro a se deslocar até o consulado da Argentina em Porto Alegre para obter o visto consular, o que implicava em tempo e custos adicionais. O visto consular foi uma manobra da Argentina para restringir a entrada dos móveis em seu mercado, apesar do acordo fechado com os empresários brasileiros, que concordaram em reduzir suas vendas ao País vizinho em 35%. O acordo foi fechado em junho passado, em Buenos Aires, ocasião em que a Abimóveis concordou em limitar suas vendas à Argentina, mas a Argentina descumpriu a promessa feita ao Brasil e não reduziu a burocracia para as importações dos móveis. As licenças para a entrada dos produtos em seu mercado demoram até quase quatro meses.Segundo a ministra Giorgi, a decisão de recuar nas exigências está baseada na "possibilidade certa de começar a integrar a cadeia de valor de móveis e peças". Ela disse que o projeto de integração desse setor "está avançado na Província de Misiones". "Vamos usar recursos do fundo do Mercosul, o qual está destinado aos projetos de integração produtiva", disse Giorgi.O anúncio foi feito junto ao chanceler Jorge Taiana, que defendeu as barreiras argentinas no comércio bilateral. "As medidas têm uma razão que é a defesa comercial para evitar defeitos não desejados na economia", argumentou Taiana. Indagado sobre a expectativa dele para a reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Cristina Kirchner no próximo dia 18, em Brasília, Taiana deu claros sinais de que a Argentina não vai ceder nas restrições comerciais. "Nós sempre levamos em conta as necessidades do nosso setor produtivo e qualquer avanço (nas negociações com o Brasil) será nesse sentido", disse Taiana.

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