PUBLICIDADE

Argentina começa a resgatar moedas paralelas

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo do presidente Eduardo Duhalde começa nesta segunda-feira a resgatar os bônus emitidos pelo governo federal e pelas províncias que são utilizados como "moedas paralelas" para o pagamento dos funcionários públicos, fornecedores do Estado e parte dos aposentados. A etapa inicial contempla o resgate dos Lecops, os bônus emitidos pelo governo federal, também utilizados para o pagamento mensal de subsídios a 2 milhões de desempregados. O resgate dessas "pseudo-moedas" era uma das exigências do Fundo Monetário Internacional (FMI). Atualmente, essas moedas - que não têm respaldo concreto - constituem um terço do total do circulante monetário do país. A partir de hoje, os Lecops utilizados no pagamento de impostos serão retirados de circulação pela AFIP, a Receita Federal. Desta forma, gradualmente desaparecerão do mercado. O plano é resgatar - em uma primeira etapa - ao redor de 2,8 bilhões de pesos em Lecops. O total de Lecops emitidos é de 3,3 bilhões de pesos. O governo federal destinará os restantes 500 milhões de Lecops para ajuda financeira a algumas províncias em problemas. Para implementar o resgate de todas as "moedas paralelas", o governo emitirá uma série de títulos, os Boden 2011 e os Boden 2013 em um total de 7,8 bilhões de pesos. No caso das "pseudo-moedas" das províncias o resgate seria feito parcialmente através dos impostos. Em alguns casos, serão trocadas diretamente pelos governos provinciais a preço de mercado. As "moedas paralelas" surgiram nos anos 80 em diversas províncias argentinas. No entanto, sua utilização era temporária. Mas, em meados do ano 2001, diante do colapso das finanças provinciais, vários governadores decidiram utilizá-las em grande escala. A primeira foi a província de Buenos Aires, que criou o "patacón". Atualmente, 60% dos salários dos funcionários públicos dessa província são pagos em "patacones". O "patacón" conseguiu manter uma paridade quase equivalente ao peso, de 0,98 peso. No total, foram emitidos 2,7 bilhões de patacones.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.