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Argentina concentra atenções do mercado

O porta-voz da Presidência da Argentina, Eduardo Amadeo, confirmou o fim do feriado bancário parcial e cambial para amanhã. Há risco de corrida aos bancos, aumento da demanda por dólares e pressão sobre os índices de inflação.

Por Agencia Estado
Atualização:

O mercado financeiro segue em clima de cautela e atento à reabertura dos negócios no mercado cambial argentino. A Bolsa de Valores de Buenos Aires também permanece fechada hoje. Nesta manhã, chegou a se cogitar a possibilidade de o feriado ser novamente prorrogado, para até sexta-feira. Porém, o porta-voz da Presidência da Argentina, Eduardo Amadeo, confirmou o fim do feriado bancário parcial e cambial para amanhã. A reabertura dos bancos já seria um fator de tensão, diante dos riscos de uma corrida que levasse o dólar a uma forte valorização diante do peso. Porém, operadores observam que o adiamento revela insegurança do governo, que estaria com dificuldades em definir medidas que possam garantir uma desvalorização minimamente controlada do peso e suficientes para controlar o ímpeto das empresas em remarcar preços. Alguns analistas acreditam que o limite de saques tende a evitar uma desvalorização excessiva do peso, pelo menos em um primeiro momento, dado que a liquidez baixa impediria uma demanda maior por moeda estrangeira. Porém, diante da necessidade de evitar um agravamento da convulsão social, dificilmente o governo conseguirá manter o bloqueio aos saques por muito tempo, sob pena de a frágil sustentação política do governo federal se evaporar. Em algum momento, a população terá os pesos em mãos e a expectativa é de que busque proteção na moeda americana. Ou seja, o governo está entre a cruz e a espada - desbloquear o dinheiro e ver uma corrida bancária, ou não desbloquear e enfrentar a fúria popular. Certamente se tentará um desbloqueio gradual, mas o desafio de buscar um equilíbrio deve ser duríssimo. Veja os números do mercado financeiro De qualquer forma, o contágio da Argentina sobre o mercado brasileiro ainda é limitado. O dólar, depois de extrapolar na alta na tarde de ontem e na abertura de hoje, voltou a recuar. Às 15h10, O dólar comercial para venda estava cotado a R$ 2,3820, em alta de 0,34% em relação aos últimos negócios de ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrava queda de 1,52%. No mercado de juros, os contratos que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano pagam juros de 19,16% ao ano, frente a 19,06% ao ano ontem. Nos Estados Unidos, o Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - opera com alta de 0,76%, e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - negocia com alta de 1,56%. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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