PUBLICIDADE

Publicidade

Argentina consegue reestruturar 76% da dívida

Por Agencia Estado
Atualização:

O Ministro da Economia, Roberto Lavagna, anunciou nesta quinta-feira que 76,07% dos donos de papéis em estado de calote aderiram à troca de papéis da dívida. Com toda pompa, no histórico Salão Branco da Casa Rosada, o palácio presidencial, Lavagna afirmou que com a troca de títulos, foram reestruturados US$ 62 bilhões sobre um total de US$ 81,8 bilhões. Nunca antes, na História mundial, uma troca de títulos teve tais dimensões. Com a troca de títulos, a dívida total argentina caiu de US$ 191,25 bilhões para US$ 125 bilhões, uma redução de 113% para 72% do PIB. Lavagna também celebrou que a nova dívida argentina foi "desdolarizada", já que os títulos reestruturados serão constituídos em grande parte por papéis em pesos. Lavagna também afirmou que no futuro, o país não será tentado pelo "cantos de sereias" de contrair novas dívidas. O anúncio foi realizado diante de uma platéia constituída pelo presidente Néstor Kirchner e de grande parte do gabinete de ministros, além do ex-presidente Raúl Alfonsín e a cúpula do empresariado e do setor financeiro argentino. Logo após o discurso de Lavagna, Kirchner subiu à tribuna para criticar os setores que se opuseram à operação de troca de títulos. "É fácil prever o fracasso", disparou Kirchner, em referência aos economistas e lideranças políticas em todo o mundo que prognosticavam o colapso da proposta argentina de reestruturação. Em tom de revanche, o presidente aproveitou a ocasião para ler uma série de críticas feitas contra "el canje de deuda" ao longo do último ano, citando os nomes completos dos economistas que as haviam pronunciado. "A velha Argentina que apostava no fracasso acabou. Surge uma nova Argentina. Um povo com esperança". Os 152 títulos antigos, em estado de calote, foram substituídos por um grupo de três novos títulos, reestruturados. Os novos bônus, que terminarão de ser pagos no ano 2047 terão uma redução de até 66% do valor dos títulos originais.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.