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Argentina continua determinando mercados

Por Agencia Estado
Atualização:

A Argentina continua determinando os movimentos dos mercados financeiros no Brasil. Ontem foi divulgado o déficit nas contas do governo no mês de outubro, de US$ 508 milhões, ameaçando o cumprimento das metas com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Espera-se agora um pacote fiscal para que o governo argentino possa honrar a forte alta dos juros observada no leilão de títulos realizado na terça-feira. Enquanto o leilão anterior foi encerrado com taxas de 10% ao ano, o de anteontem negociou taxas de 16% ao ano. O FMI divulgou relatório ontem alertando para a dificuldade que países emergentes terão no próximo trimestre para conseguir financiamentos, o que agrava as preocupações com a Argentina. E ontem foi mais um dia de turbulência para o mercado de títulos da dívida de países emergentes. Até o governo já admite que deve precisar de um pacote multilateral de auxílio. E é exatamente essa a expectativa do mercado. Conforme apuraram os correspondentes Vladimir Goitia e Ariel Palacios, fontes do mercado informaram que o governo argentino estaria negociando FMI uma modificação de sua linha de crédito de US$ 7,2 bilhões. Embora o governo não tenha confirmado oficialmente esses rumores, o mercado trabalhava nesta quarta-feira com a idéia de que essa alteração se referia à uma liberação imediata desse volume de recursos negociados no início do ano. O plano inicial era o de liberar US$ 2 bilhões, imediatamente, e o restantes US$ 5,2 bilhões de forma gradual, à medida em que as metas com o Fundo fossem sendo cumpridas. No entanto, o plano atual seria de obter os US$ 7,2 bilhões de uma vez só. A indefinição eleitoral nos EUA também contribuiu para a tensão nos mercados. A falta de um presidente após as eleições ajudaram a derrubar a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York -, que apresentou queda de 5,38%. O dólar chegou ontem à cotação mais alta desde 28 de outubro de 1999, R$ 1,9680. E os juros para contratos de DI a termo - que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano - fecharam o dia pagando juros de 18,850% ao ano, mais de dois pontos porcentuais acima da Selic, a taxa básica referencial da economia, que está fixada em 16,5%. Hoje às 11h30 (de Brasília), o Departamento do Trabalho dos EUA divulga o índice de preços ao produtor (PPI) de outubro. A previsão média de 14 economistas ouvidos em pesquisa Dow Jones/CNBC é uma alta de 0,1%. Também às 11h30 (de Brasília), o Departamento do Trabalho divulga o número de pedidos de auxílio-desemprego apresentados na semana até 4 de novembro. A previsão média de cinco economistas consultados é de 310 mil pedidos, 2 mil a mais do que na semana anterior.

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