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Argentina decreta emergência energética até 2017

Ministro de Energia abriu a possibilidade de cortes de energia controlados, mas rejeitou a hipótese de poupar em iluminação

Por Rodrigo Cavalheiro
Atualização:

O ministro de Energia argentino, Juan José Aranguren, anunciou na terça-feira um decreto que declarará emergência no setor elétrico até 31 de dezembro de 2017. Isso permitirá ao governo adotar certas medidas excepcionais para corrigir o que ele considerou um sistema perto de um colapso e para conscientizar a população de um consumo mais moderado. Ele abriu a possibilidade de cortes de energia controlados, mas rejeitou a hipótese de poupar em iluminação. "Hoje nosso principal problema está no consumo de ar condicionado, não na iluminação", argumentou. "Precisamos dar exemplos e instruir responsáveis pelos edifícios públicos para evitar colocar o aparelho em 18ºC, mas sim em 22, 23 ou 24ºC." Contrariando expectativas, ele não mencionou um corte de subsídios já anunciado para as classes mais ricas. A conta de energia de um apartamento de um bairro valorizado de Buenos Aires custa R$ 40 por bimestre, o equivalente a um ingresso para o cinema na região. "O sistema energético nacional está em situação precária e se não tomamos medidas preventivas pode entrar em colapso. Não é para alarmar, mas para reconhecer a realidade", disse Aranguren, ex-presidente da Shell argentina. Ele descartou a hipótese de o país voltar a adotar horário de verão, abandonado em 2009, e ressaltou que o problema maior está na distribuição, não na produção. "Se houver emergência, podemos importar do Brasil e do Uruguai", ressaltou.

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