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Argentina define condições para compra de dólares

Por Agencia Estado
Atualização:

O Banco Central e a equipe econômica definirão hoje as retrições para a compra de dólares que deverá ser limitada a US$ 1.000 por pessoa. Os bancos serão proibidos de vender dólares e a operação poderá ser feita somente nas casas de câmbio. Assim mesmo, o comprador deverá assinar uma declaração de compra. Dentre as regras a serem definidas hoje encontra-se o teto para que a operação seja efetuada sem a necessidade de assinatura do documento. O objetivo é fechar as portas para a compra de dólares e evitar uma corrida à moeda norte-americana, o que provocaria uma alta indesejada pelo governo. As informações são de um alta fonte do Ministério de Economia que comentou a intenção da equipe econômica de colocar estas restrições em vigência a partir de amanhã, quando terminará o feriado bancário e cambial. Porém, na Associação de Bancos da Argentina se estima que a medida não poderá ser implementada já porque não haverá tempo hábil para que o BC detalhe as normas e faça suas regulamentações. A proibição da venda de dólares nos bancos se deve ao fato de que a população não consegue aceitar, nem entender que os bancos não lhes devolvam seus depósitos em dólares mas ao mesmo tempo lhes vendam a moeda norte-americana pelo dobro do valor que elas depositaram. Outra norma que ainda não está pronta é a que libera os salários depositados. O governo quer que a totalidade dos salários estejam disponíveis aos trabalhadores a partir de quinta-feira. Bancos vão devolver US$ 5,5 bi de compulsórios Hoje, os bancos começarão a devolver ao Banco Central US$ 5,5 bilhões dos compulsórios e cerca de US$ 550 milhões da moeda que estavam disponíveis com a cotação de 1,40 peso. Este montante engrossará os US$ 14 bilhões das reservas do BC que serão utilizadas para intervir no mercado de câmbio livre a ser estreado amanhã. O governo acredita que com estas medidas desanimará as longas filas em busca de dólares e que a moeda dispare. Porém, entre os analistas existe a percepção de que semelhante atitude estimulará a venda através dos cambistas ("arbolitos"- árvores pequenas que ficam plantadas em ruas e calçadas). Ontem se podia encontrar uns poucos arbolitos vendendo dólares a 2,30 pesos. O governo afirmou, através de seu porta-voz, Eduardo Amadeo, que o BC tem reservas suficientes para comprar "todos os pesos em circulação e manter o preço do dólar", disse. BC argentino vai criar Copom O presidente do BC, Mario Blejer, criará um Comitê de Política Monetária inspirado no Copom brasileiro, com nomes de economistas notáveis para assessorá-lo na emissão monetária e, principalmente, na estratégia de intervenção no mercado de câmbio. Deste comitê fariam parte nomes como Armínio Fraga, presidente do BC do Brasil. Extra-comitê, Mario Blejer pretende contar com a ajuda de Stanley Fischer, ex- FMI. Leia o especial

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