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Argentina desafia credores e embaraça Lula, destaca Economist

Por Agencia Estado
Atualização:

Reportagem da edição da revista britânica The Economist que saiu hoje diz que a dureza do presidente da Argentina, Nestor Kirchner, ao suspender um pagamento ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e em seguida obter um acordo com o Fundo em condições generosas, e de propor um deságio de 75% aos credores privados coloca sob pressão seu colega brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. "O acordo de US$ 30 bilhões do Brasil com o FMI vence em dezembro. (O Brasil) deve seguir o exemplo audacioso da Argentina, exigindo mais flexibilidade do Fundo, ou mesmo desistir de um acordo? A recessão brasileira e a própria história de Lula como crítico do FMI tornam tentadora qualquer uma dessas opções. Mas é provável que ele desista", diz o texto. "A Argentina já pagou um preço elevado por sua irresponsabilidade fiscal. Em contraste, o sr. Silva, um presidente popular com um mandato forte, apostou a recuperação econômica do Brasil na credibilidade", prossegue o texto, acrescentando que Lula "convenceu os mercados de que ele não vai dar um calote ou aumentar descuidadamente a dívida pública do Brasil, de US$ 285 bilhões. A moeda se fortaleceu, permitindo que a inflação e as taxas de juro caíssem, reduzindo o endividamento e tornando possível uma recuperação econômica. Uma perda de credibilidade reverteria esse ciclo virtuoso". Segundo a reportagem da Economist, muitos acreditam que a solução para o dilema do Brasil está na "flexibilidade" e que talvez a tolerância mostrada pelo FMI no caso da Argentina também se aplique ao caso brasileiro. O ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, ouvido pela revista, afirmou que o Brasil poderá fazer sua credibilidade crescer mais rapidamente se não renovar com o FMI. Para ele, os investimentos vão crescer quando os investidores acreditarem "que o Brasil abraçou políticas macroeconômicas saudáveis a partir de sua própria compreensão" de que elas são a via para o crescimento. "Não renovar o acordo seria um sinal disso", acrescentou Fraga.

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