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Argentina deve decretar pesificação hoje

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo argentino deve decretar hoje a pesificação da maior parte dos créditos hipotecários e para reforma de imóveis, bem como os créditos pessoais e para bens móveis, como automóveis e veículos leves para transporte de cargas. A medida é parte da regulação da Lei de Emergência Financeira. Segundo o diário Clarín, a pesificação dos créditos será instrumentada por meio de um decreto que ainda estava sendo redigido nesta madrugada. A pesificação é, na verdade, uma decisão política do governo Eduardo Duhalde, aprovada pelo Congresso, e diminui o impacto da desvalorização do peso sobre os argentinos endividados. O artigo 6 da Lei de Emergência prevê a pesificação, na paridade um peso um dólar, dos créditos hipotecários até US$ 100 mil, mas os limites para créditos pessoal, bens móveis e reforma de imóveis devem ser muito inferiores. Os valores devem ser anunciados hoje. O Clarín apurou que os montantes máximos propostos pelo Ministério da Economia para pesificação das dívidas em dólares devem ser: Até US$ 100 mil para créditos hipotecários; Até US$ 30 mil para reforma de imóveis residenciais; Até US$ 15 mil para créditos de compra de automóveis e utilitários leves; Até US$ 5 mil para créditos pessoais; Até US$ 100 mil para créditos para aquisição de caminhões e ônibus. A intenção do governo, ao definir os montantes para pesificação de dívidas, é incluir o maior número possível de argentinos devedores, mas a medida vai causar um grande desequilíbrio no sistema financeiro. A estimativa do governo argentino é que os bancos perderão US$ 6 bilhões com a medida, mas as entidades financeiras sustentam que os prejuízos serão da ordem de US$ 15 bilhões. Uma das medidas cogitadas para compensar as perdas do sistema bancário é a criação de um imposto sobre as exportações de derivados de petróleo. Essa medida, entretanto, foi praticamente descartada ontem à tarde. Está em avaliação uma proposta que antecipa, para dentro de 45 dias, o pagamento de impostos da ordem de US$ 1,4 bilhão pelas empresas petrolíferas. Os argentinos aguardam para hoje o anúncio oficial de como ficarão as dívidas. Leia o especial

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