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Argentina elimina imposto sobre exportação de grãos e carne

Única exceção é a soja, principal fonte de ingresso de dólares no país, que terá a cobrança reduzida de 35% para 30%

Por Rodrigo Cavalheiro e CORRESPONDENTE
Atualização:
Plano para a soja é baixar o imposto progressivamente até eliminá-lo em 2022 Foto: Enrique Marcarian|Reuters

BUENOS AIRES - O governo argentino eliminou nesta segunda-feira, 14, os impostos às exportações agrícolas e à carne. A única exceção é a soja, principal fonte de ingresso de dólares no país, que terá a cobrança diminuída de 35% para 30%.

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O imposto sobre as exportações de grãos é um instrumento é aplicado em ciclos que começaram na década de 50, sob o argumento de impedir que as variações no preço das commodities afete o valor ao consumidor argentino. Durante a última campanha, os dois candidatos que chegaram ao segundo turno, o kirchnerista Daniel Scioli e o novo presidente, Mauricio Macri, tinham promessas semelhantes para o setor. Em 2008, a elevação desses impostos provocou um confronto entre produtores e o governo de Cristina Kirchner, no episódio que mais afetou sua popularidade.

Serão mais beneficiados os produtores de trigo, que pagavam 23%, os de milho, cujo cultivo era taxado em 20%, e os de girassol (32%). No mesmo pacote, Macri anunciou o fim da cobrança sobre a exportação de carne, que era de 15%, e o fim dos 5% exigidos sobre a produção em geral das províncias. 

O governo calcula que deixará de receber US$ 4 bilhões por ano. "Vamos compensar essa perda com o aumento da produtividade e a consequente elevação dos ingressos ao cobrar o imposto de renda", afirmou o ministro da Agricultura, Ricardo Buryaile. O plano para a soja é baixar o imposto progressivamente até eliminá-lo em 2022.

A concretização do pacote agrícola é um sinal importante dentro da negociação de Macri para que o setor agrícola liquide grãos guardados, o que injetaria entre US$ 6 bilhões e US$ 8 bilhões nas reservas do Banco Central, estimadas em US$ 25 bilhões. A elevação do nível de caixa do BC é uma condição para o novo governo argentino cumprir sua promessa de acabar com o controle sobre o câmbio, vigente desde 2011. 

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