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Argentina está ?preocupada? com importações brasileiras

Por Agencia Estado
Atualização:

O secretário de Relações e Negociações Internacionais do ministério de Relações Exteriores da Argentina, Martín Redrado, revelou à Agência Estado que o governo está "especialmente preocupado" com o aumento de exportações dos têxteis brasileiros para a Argentina, principalmente na sub-rubrica de denin, um fio que se faz com algodão para o jeans. "Estamos monitorando alguns setores de exportações que chegam do Brasil e o caso do denin é realmente para se preocupar", admitiu Redrado. Ele afirmou que o relatório do monitoramento já está pronto à espera de decisões do ministério de Economia sobre as medidas necessárias a serem adotadas "para não prejudicar a indústria argentina". Perguntado sobre os tipos de medidas que poderiam ser adotadas pelo governo argentino, Martín Redrado negou-se a entrar em detalhes ao dizer que "este assunto será decidido pelo ministro Roberto Lavagna", de Economia. Não é nenhum segredo que a postura do ministro sobre o problema é a de fixar quotas para importação dos produtos considerados daninhos para indústria local. O assunto, segundo Redrado, foi discutido ontem entre os chanceleres da Argentina e do Brasil, Rafael Bielsa e Celso Amorim, respectivamente, durante encontro em Montevidéu, e deverá ter novidades nos próximos dias. Perfil do setor De acordo com levantamento da Associação Pro-Tejer, o consumo mensal do mercado argentino é de 3,5 milhões de metros de denin, enquanto que "a produção local é de 2,5 milhões de metros e a importação brasileira dos últimos meses foi de mais de 2 milhões". Segundo a entidade, isso "está produzindo um acúmulo de estoque, com sério dano à indústria local". O mesmo levantamento mostra que "em fios de acrílico se consomem 1.200 mil toneladas por mês. No ano passado entraram 1.597 mil toneladas. Nos primeiros seis meses deste ano, se importaram 2.829 mil toneladas, e 90% dessa transação comercial corresponde a uma só empresa brasileira". A advertência da associação é a mesma que vem sendo repetida desde o início deste ano: "a esse ritmo de importação, esta companhia poderia abastecer todo consumo de fios de acrílico de nosso país, com conseqüências previsíveis para a indústria local.

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