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Argentina estuda nova metodologia para calcular inflação

Governo pode mudar método de cálculo de índices após escândalos sobre a confiabilidade dos dados

Por Marina Guimarães e da Agência Estado
Atualização:

Um dia depois de divulgar um índice de inflação que suscitou dúvidas no mercado, o governo argentino reafirmou seu plano de atualizar os principais indicadores elaborados pelo questionado Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec), o IBGE argentino. O vice-presidente da Argentina, Julio Cobos, disse que os índices passarão por "uma mudança metodológica", a qual está sendo estudada pelo ministro de Economia, Martín Lousteau.   Em agosto passado, o instituto responsável pela medição da inflação de Mendoza, província até então governada por Cobos, desatou um escândalo em torno da manipulação dos índices por parte do governo Kirchner. Na ocasião, a técnica responsável de Mendoza denunciou que os números que ela havia enviado para o Indec foram adulterados para baixo.   Em entrevista à Rádio 10, Cobos também tentou baixar o tom das críticas do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a falta de confiabilidade dos índices do Indec. Para o vice-presidente, "são apenas apreciações" do FMI e a Argentina também poderia "desconfiar" das políticas instaladas pelo organismo.   Cobos admitiu que o governo "continua medindo a inflação com a metodologia anterior", apesar das denúncias de intervenção e manipulação dos dados. Em outubro do ano passado, faltando alguns dias para as eleições que elegeram Cristina Fernández de Kirchner, o governo de seu marido anunciou mudanças nos cálculos dos índices, utilizando a metodologia aplicada nos Estados Unidos, na qual suprime da cesta de cálculos os itens que registram maiores variações. No entanto, até o momento, a mudança não foi concretizada.

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