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Argentina examina rascunho da carta de intenções

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro de Economia da Argentina, Roberto Lavagna, e o secretário de Finanças, Guillermo Nielsen, se reunirão hoje para continuar analisando o rascunho da carta de intenções com o Fundo Monetário Internacional. Segundo uma fonte do ministério do Economia, a equipe trabalha para produzir um documento com base no rascunho que seria definitivo. As negociações incluem um programa stand by que entraria em vigor em novembro e valeria até dezembro de 2003, pelo qual permitiria a Argentina refinanciar os vencimentos de suas dívidas com os organismos multilaterais de crédito num valor total de aproximadamente US$ 14 bilhões de dólares. A fonte disse que as negociações poderiam incluir também o reembolso de uma parte das reservas usadas neste ano para cobrir os vencimentos da dívida com os organismos multilaterais, incluindo o próprio FMI. O FMI emprestaria US$ 1 bilhão ao governo para o resgate dos papéis-moeda como Lecop, Patacon, Cercor etc. As províncias que cumprirem com as metas acordadas nos programas de financiamento e de controle e redução do déficit receberiam um empréstimo adicional destinado à substituição gradativa dos bônus emitidos que são utilizados como moedas paralelas. Até o dia 31 de julho passado, o estoque de bônus provinciais em circulação era de 5.314 bilhões de pesos, enquanto que os bônus federais somavam 3.1 bilhões de pesos. Os governadores das províncias ameaçam com novas emissões se não receberem financiamento extra. As moedas paralelas representam 36,3% da circulação monetária e entraram no mercado no início do ano passado, como alternativa à falta de financiamento do setor público e para cobrir os rombos e desequilíbrios fiscais. A carta de intenções também incluiria, segundo a fonte, a emissão de sinais do governo argentino aos credores da dívida do país. O FMI quer que o país inicie as conversações com os credores da dívida em default. Para tanto, estes já resolveram formar um comitê de credores, encabeçado pelo vice-presidente do Citigroup, William Rhodes, homem que já acompanha a dívida argentina há 20 anos. Ele já ocupou a presidência de outro grupo de credores, em 1990, por ocasião do Plano Brady. Este é um dos pontos das negociações considerados mais díficeis, mas não é o único que está pendente para que o acordo com o FMI seja concluído e a carta de intenções possa ser assinada. Ainda há diferenças entre o FMI e o governo também sobre a reestruturação do sistema financeiro e os reajustes das tarifas públicas.

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