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Argentina exige que bancos distribuam pagamentos a credores reestruturados

Por WALTER BIANCHI
Atualização:

A Argentina exigirá que os bancos Citibank e Bank of New York Mellon distribuam os fundos correspondentes a detentores de bônus que entraram na troca de dívida de 2005 e 2010 e que estão bloqueados pela justiça norte-americana após uma decisão desfavorável ao país, afirmou na terça-feira o Ministério da Economia. O juiz norte-americano Thomas Griesa bloqueou o pagamento da dívida reestruturada enquanto a Argentina não pagar 1,5 bilhão de dólares aos hedge funds que recusaram as trocas oferecidas por Buenos Aires. O governo da presidente Cristina Kirchner se nega a pagar aos "fundos abutres" porque afirma que isso provocaria demandas dos detentores de dívida reestruturada por 120 bilhões de dólares, segundo uma cláusula que vence em 31 de dezembro de 2014. O Ministério da Economia afirmou em comunicado que as "intimações enviadas ao Banco Citibank Argentina e ao BONY (foram) encaminhadas para que distribuam normalmente os pagamentos realizados a tempo e forma pela República Argentina aos credores da troca, assim como sobre os futuros pagamentos." "Tais fundos pertencem por direito aos credores da troca e sua cobrança foi bloqueda indevidamente pelo juiz...(que) indevidamente se excede em suas atribuições e em sua jurisdição", completou. Na terça-feira, um fundo de investimento com sede no Brasil e que é administrado pelo Bank of New York Mellon Corp teve que amortizar mais da metade do valor de seus ativos devido a perdas por investimentos ligados à dívida do governo argentino, segundo uma apresentação à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A Argentina depositou no final de junho 539 milhões de dólares nas contas em Buenos Aires de seu agente de pagamentos, o Bank of New York Mellon (BONY), para pagar os juros de bônus Discount. Por sua vez, o Citibank Argentina é o encarregado de distribuir os pagamentos de bônus dolarizados segundo a lei argentina para credores no exterior. As negociações entre Argentina e os credores que as exigiram terminaram em 30 de julho sem um acordo que evitasse um default por 29 bilhões de dólares em bônus, regidos por leis estrangeiras, que se originaram na massiva reestruturação após um default de 100 bilhões de dólares em 2002.

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