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Argentina fala em acordo com FMI "nos próximos dias"

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Banco Central da Argentina, Aldo Pignanelli, disse hoje que o acordo com o FMI deverá ser fechado "nos próximos dias". "Estamos bem próximos de chegar a um acordo. Por isso, acho que o peso tenderá a se apreciar", disse. Ele disse que faltam apenas detalhes técnicos para se fechar o acordo. "Já estão dadas as condições técnicas para se chegar a um acordo", afirmou. Indagado sobre o tipo de acordo que seria assinado, Pignanelli disse que será um acordo típico com o FMI, "levando-se em conta que esse é um governo de transição". Quanto à decisão de honrar os pagamentos que vencem este mês com o Banco Mundial, de US$ 250 milhões e US$ 900 milhões que podem ser postergados até novembro, Pignanelli disse que essa é uma posição do governo federal, mas que há intenção de honrar o pagamento e que até o momento não há nada que indique o contrário. Ele previu um superávit recorde da balança comercial argentina de US$ 15 bilhões este ano. Segundo ele, este resultado se dará mais pela queda das importações, do que pelo aumento das exportações. "Pensamos que se a taxa de câmbio mantiver o nível atual, a balança também será superavitária em 2003, mas desta vez por conta de um crescimento das exportações", afirmou. O presidente do Banco Central da Argentina disse que o volume de retiradas na primeira semana de liberação do corralito não chegou a 20% do total de depósito ainda preso. "As nossas estimativas eram de que o volume de retiradas chegaria a 30% e 40%. As pessoas estão deixando o dinheiro depositado no banco, o que mostra a maior confiança", disse. Pignanelli disse que a Argentina adotará em 2003 um sistema de metas de inflação semelhante ao adotado no Brasil. Segundo ele, a inflação argentina este ano será de 60%. "Esperamos uma redução substancial para menos da metade da inflação deste ano para 2003", afirmou após palestra no Conselho da Américas. Ele disse temer novo impacto da desvalorização do real na economia argentina. "A desvalorização do real afeta toda a economia argentina e, especialmente, as nossas exportações ao Brasil. Mas há outros mercados que a Argentina pode acessar", disse. Segundo ele, o PIB argentino fechará este ano com queda de 14%, depois de ter fechado o primeiro semestre com contração de 16%. "Vamos observar uma leve recuperação este segundo semestre, mas esta é ainda uma cifra catastrófica para a economia argentina", afirmou. Segundo ele, as metas que vêm sendo discutidas com o Ministério da Economia é de um crescimento do PIB em 2003 de 3%.

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