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Argentina faz 3º rascunho da carta de intenções para FMI

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro de Economia da Argentina, Roberto Lavagna, enviará a Washington, antes do fim de semana, a resposta ao terceiro rascunho da carta de intenções ao Fundo Monetário Internacional (FMI), na qual busca chegar a um consenso com vistas a fechar o acordo para obter o refinanciamento da dívida com os organismos internacionais. Desde ontem, o temor pelo default com o Banco Mundial, devido à parcela de US$ 805 milhões de dólares que vence no próximo dia 14, foi atenuado diante da promessa do BIRD de remeter US$ 600 milhões de dólares antes do vencimento da dívida. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) também prometeu US$ 200 milhões. Hoje, o Ministério de Economia deverá pagar uma dívida de US$ 180 milhões de dólares ao FMI, com dinheiro das reservas, conforme havia anunciado Roberto Lavagna na última terça-feira. Na resposta que será enviada por Roberto Lavagna, o ministro abre mão de sua medida de reduzir impostos mas não cede na exigência do FMI de aumentá-los. Segundo fonte do Ministério de Economia, a ordem do presidente Eduardo Duhalde é de ceder em tudo o que for possível, sempre e desde que não prejudique a recuperação financeira nem seus planos sociais. Houve uma espécie de atrito entre o ministro e o presidente porque Lavagna considera que nas atuais circunstâncias a Argentina não deve ceder às exigências mais estritas do FMI, como o aumento de 20 a 30% das tarifas públicas e um sacrifício maior para cortar gastos. O ministro acha que já está cortando na carne e que qualquer medida mais restrita poderá colocar em risco o processo de recuperação, o qual acredita já ter sinais positivos, explicou a fonte. A fonte disse ainda que o vice-ministro de Economia e também secretário de Finanças, Guillermo Nielsen, iniciou conversas com credores internacionais, começando pela Alemanha, para reforçar a vontade do governo argentino de renegociar a dívida em default, o que ocorreria logo após o acordo com o FMI, como pede o organismo. Entre um ou dois dias, o ministério deverá editar um decreto para abrir uma licitação que irá escolher um operador privado para dirigir as negociações da reestruturação da dívida externa em títulos, a qual atinge US$ 55 bilhões de dólares.

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