Apesar da queda do juro básico nos Estados Unidos, que impulsionou forte valorização das bolsas em Nova York desde ontem, e da elevação dentro do previsto da Selic, a taxa básica referencial de juros brasileiros, o dia foi de muita tensão e pessimismo. A razão foi novamente a apreensão dos investidores em relação à economia da Argentina. O governo em Buenos Aires tenta reduzir o compulsório dos depósitos bancários - parcela dos recursos dos clientes que os bancos devem manter em caixa sem emprestar a terceiros -, mas enfrenta a oposição do Banco Central. A disputa entre o ministro da Economia, Domingo Cavallo, e o presidente do BC, Pedro Pou, renovou o temor dos mercados de que a Argentina entre numa crise de desvalorização do peso ou calote das obrigações internacionais, com efeitos desastrosos. No Brasil, o dólar disparou, atingindo a cotação de R$ 2,2160 no meio da tarde. Mas o Banco Central interveio vendendo títulos cambiais e as cotações recuaram um pouco. Mesmo assim, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,60% a R$ 2,1950. O pessimismo contaminou os demais mercados e os contratos de juros de DI a termo - que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano - fecharam o dia pagando juros de 21,550% ao ano, frente a 21,100% ao ano ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda de 3,50%. Indiferentes aos acontecimentos na Argentina, os mercados norte-americanos prosseguem em recuperação. O Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em alta de 0,73%, e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - fechou em alta de 4,93%. Veja no link abaixo a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.