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Argentina frustra recuperação dos mercados

O mercado recuperou-se do susto de ontem com as diversas crises em países vizinhos, e vinha se recuperando. Mas a Argentina voltou a assustar no meio da tarde, com protestos populares e novas medidas. O dólar comercial para venda caiu para R$ 2,3750, os juros do swap de um ano subiram para 20,86% ao ano e a Bovespa caiu 0,85%.

Por Agencia Estado
Atualização:

As fortes entradas de dólares de captações de empresas brasileiras no exterior renderam uma recuperação nas cotações nos mercados ao longo do dia. Mas o otimismo dos investidores foi contido por protestos violentos na Argentina, que, em alguns casos, acabaram em quebradeira em vários bancos nas províncias de Jujuy e Santa Fé. Para tentar controlar o descontentamento popular, o presidente Eduardo Duhalde determinou que as dívidas ainda não pesificadas à taxa de US$1 por peso (em geral, acima de US$ 100 mil) serão convertidas pelo dólar oficial, cotado a P$ 1,40. A medida preocupa muito os investidores, pois implica mais perdas ao sistema bancário, que já estimava prejuízo de até US$ 15 bilhões com a conversão de parte das dívidas respeitando a paridade, enquanto os depósitos em dólar, mesmo que congelados, respeitarão a pesificação pelo câmbio flutuante. Com os protestos, aliás, a cotação da moeda norte-americana no mercado livre disparou para P$ 1,95 segundo a correspondente da Agência Estado em Buenos Aires, Marina Guimarães. A ira dos argentinos deve-se à gravíssima situação política, que levou ao poder um presidente fraco, de mandato curto e incapaz de reverter a crise no curto prazo, dado sua complexidade; à desvalorização do peso, que já perdeu quase 50% do seu valor frente ao dólar; ao congelamento de depósitos bancários; à recessão econômica, que dura quatro anos; e ao desemprego. Não é pouco, e tampouco se vislumbra uma saída no curto prazo. O governo alardeia que espera um acordo de até US$ 20 bilhões com o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) em um mês, e, sem ele, o caminho pode ser muito difícil. Quanto às dificuldades na Colômbia e na Venezuela, os investidores se refizeram do susto e as cotações vinham se recuperando ao longo do dia. Segundo especialistas, o principal efeito da situação nos dois países será sentido se as crises em grande escala eclodirem. Além disso, para o Brasil, a sucessão presidencial continua sendo o fator de maior tensão ao longo do ano. E a situação econômica positiva, que se reflete na forte entrada de dólares, tende a amenizar a instabilidade externa, seja da América do Sul, ou até mesmo por causa das preocupações com a recuperação da economia norte-americana. Fechamento dos mercados O dólar comercial para venda fechou em R$ 2,3750, com queda de 0,88%. Os contratos de swap (troca) de juros prefixados por pós-ficados com prazo de um ano fecharam o dia pagando juros de 20,86% ao ano, frente a 20,65% ao ano ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda de 0,85%. A Bolsa de Valores de Buenos Aires permanece fechada. O Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - fechou em alta de 0,33%, e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - fechou em alta de 0,51%. Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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