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Argentina intervém na TGN após calote da empresa

Por ARIEL PALACIOS
Atualização:

O ministro de Planejamento Federal e Obras da Argentina, Julio De Vido, anunciou hoje que o governo da presidente Cristina Kirchner decretou a intervenção federal na empresa privatizada Transportadora Gás del Norte (TGN). De Vido argumentou que a medida era necessária para "garantir a prestação dos serviços" da empresa, que fornece abastecimento de gás a grande parte do país. Os rumores sobre a iminente intervenção começaram na última sexta-feira (dia 26), quando a TGN anunciou que suspenderia o pagamento de sua dívida de US$ 22,5 milhões em obrigações negociáveis. A TGN opera uma rede de mais de 6,7 mil quilômetros de gasodutos, além de 17 plantas compressoras de gás. A empresa alegou que a suspensão de pagamentos era inevitável, já que enfrentava vários problemas, principalmente o congelamento das tarifas do gás para consumidores residenciais desde a crise de 2001/2002, o crescimento dos custos operacionais, além dos aumentos salariais e a redução das exportações de gás para o Chile. O anúncio sobre o calote da TGN colocou o mercado em alerta, já que se tratava da primeira grande empresa no país a declarar a suspensão de pagamentos desde o início da crise financeira internacional. A TGN já havia reestruturado o total de suas dívidas, de US$ 345 milhões, em agosto de 2006. De Vido, braço-direito da presidente Cristina na área econômica, afirmou que a empresa ficará sob intervenção do Estado argentino durante 120 dias. Rumores no mercado indicavam que não se descarta uma eventual estatização da companhia, já que a empresa ainda possui pendente seu contrato de concessão. Nos últimos anos, o casal Néstor e Cristina Kirchner implementaram diversas reestatizações, entre elas, a do Correio Argentino, Aguas Argentinas e a Aerolíneas Argentinas.

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