PUBLICIDADE

Argentina já teve 11 mil protestos neste ano

Por Agencia Estado
Atualização:

A Secretaria de Segurança Interior anunciou que entre janeiro e maio deste ano a Argentina foi o cenário de mais de 11 mil manifestações, que contaram com a participação de 600 mil pessoas. As modalidades de protesto incluídas na lista abrangem um amplo leque e incluem desde panelaços até piquetes nas estradas. Os alvos dos protestos costumam ser o "corralito" (semicongelamento de depósitos bancários), a política econômica do governo, o desemprego, a disparada da inflação, o aumento do preço dos combustíveis e as negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que estão causando mais ajuste e desemprego na Argentina. Segundo a secretaria, os panelaços e as assembléias de moradores de bairros e de correntistas atingidos pelo "corralito" foram os protestos com maior número de eventos, mobilizando mais pessoas (59,7% do total que participou de manifestações). Os piquetes nas estradas, feitos basicamente por desempregados que pedem trabalho e comida, ficaram em segundo lugar. Os piquetes nas estradas surgiram como fenômeno social em meados dos anos 90. Em 1997 houve 140 piquetes, enquanto no ano 2000 ocorreram 2.000 bloqueios nas estradas. Mas só nos primeiros cinco meses deste ano houve 2.700 piquetes, abrangendo bloqueios de estradas, pontes, ruas e avenidas. Além disso, em menor escala de manifestantes, mas com grande impacto na mídia, estão os "escrachos", protestos personalizados, dirigidos contra um político ou empresário específico, preferencialmente na frente de sua residência. A lista de escrachados é grande e inclui deputados e ministros. Até os ex-ministros de governos distantes no tempo, como Roberto Alemann (ministro da Economia em 1982) foram alvo de escrachos. Dois meses atrás, Alemann foi perseguido por uma multidão de correntistas furiosos e só se salvou de ser espancado porque - apesar de seus 81 anos - conseguiu correr o suficientemente rápido para buscar refúgio dentro de um banco. Os escrachos tampouco têm limites geográficos. Há dois dias, o ex-presidente Carlos Menem (1989-99) foi "escrachado" durante uma conferência em Nova York. Dezenas de turistas e residentes argentinos nos EUA fizeram um minipanelaço contra "El Turco", como é conhecido popularmente. Os xingamentos mais suaves foram "cara de pau" e "ladrão". Durante os dez anos e meio de governo Menem, o desemprego triplicou. Leia o especial

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.