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Argentina nega estudo sobre moeda comum com o Brasil

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro de Economia da Argentina, Roberto Lavagna, afirmou hoje que não há discussão entre o Brasil e a Argentina sobre a adoção de um mecanismo comum para impedir uma exagerada valorização da taxa de câmbio nos dois países. Ele confirmou que a questão cambial foi um dos temas da conversa na noite de ontem com o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, e com o diretor de Política Econômica do Banco Central, Ilam Goldfajn. "Não existe nada que possamos fazer em conjunto para lidar com esse problema, que é enfrentado pelos dois países. Cada um enfrenta as suas próprias circunstâncias", disse. Mercosul e EUA O ministro de Economia da Argentina defendeu a negociação direta entre o Mercosul e os Estados Unidos de um acordo para a liberar o comércio. Segundo ele, a negociação desse acordo, conhecido como 4 + 1, poderia até mesmo facilitar as negociações da Alca. "É melhor avançar no 4+1 ou no 1+1 (Mercosul e Estados Unidos), como eu prefiro chamar", afirmou. "Isso não significa descartar a Alca. A Alca pode ser construída aos poucos a partir de negociação entre blocos subregionais". Lavagna, um dos autores da idéia de criação do Mercosul, defendeu que o bloco deveria estabelecer como prioridade a integração de infra-estrutura, a adoção de políticas industriais e de serviços comuns e a adoção de novos esquemas de financiamento. Roberto Lavagna descartou a possibilidade de o Brasil e a Argentina realizarem emissões conjuntas de títulos no Exterior. Segundo ele, a situação das duas economias são ainda muito distintas. O ministro disse que atualmente 52% da dívida externa argentina está em condições de cumprimento, mas 48% está em renegociação com os credores. "Não podemos pensar em fazer emissões sem antes terminar a renegociação dessa parcela", afirmou. Pendências Lavagna disse que na conversa com Palocci foram discutidos dois temas pendentes entre os dois países. O primeiro deles, de interesse do Brasil, é o aval do órgão de defesa da concorrência argentino sobre a operação de compra de parcela da Perez-Companc (maior companhia energética da Argentina) pela Petrobras. Sobre esse assunto Lavagna disse entender que o contrato será cumprido, mas alegou que possíveis restrições ainda estão sendo decididas em Buenos Aires. Outra pendência diz respeito às proibições impostas pelo governo brasileiro às importações de produtos transgênicos argentinos. O país vizinho pretende obter uma certa liberdade nessas regras, que permitam os embarques de trigo e de milho ao mercado brasileiro.

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