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Argentina pode entrar em recessão em 2009

Por ARIEL PALACIOS
Atualização:

?Estávamos tendo o maior crescimento dos últimos 200 anos quando, de repente, apareceu o mundo! E o mundo complicou a vida para nós, argentinos?, lamentou a presidente Cristina Kirchner na semana passada. Esta foi a primeira admissão pública do governo de que a crise internacional chegou à Argentina. No entanto, analistas avaliam que a frase nega que - antes da crise - o país já arrastava problemas econômicos. ?Culpar o resto do mundo é simples e elimina o problema de explicar os erros próprios?, diz Abel Viglione, economista da Fundação de Investigações Econômicas Latino-americanas (Fiel). Viglione acredita que a Argentina não sofrerá o impacto pelo lado financeiro, já que não pode colocar dívida voluntária desde dezembro de 2001, ano do calote. ?O país será atingido pelos lados comercial e fiscal, pois 14% da arrecadação são de impostos provenientes das exportações.? O cenário que desponta para o país em 2009 é sombrio. Empresários cortam gastos, consumidores compram apenas o indispensável. Nos mais diversos setores, o consumo despencou entre 30% e 40%. Já para este ano, o crescimento, antes estimado em 7%, deverá ficar em torno de 5%, dizem os analistas. Tudo indica que em 2009 os argentinos passarão por mais uma crise, a sexta desde 1975. A indústria automobilística e a construção civil, que puxaram o crescimento dos últimos anos, frearam drasticamente em novembro. Segundo a Fiel, a perspectiva para 2009 é de recessão. A projeção é de que o crescimento econômico caia 1,7%. O economista Daniel Artana sustenta que a economia argentina está intensamente vinculada à brasileira e que, portanto, a desaceleração do Brasil se reflete em recessão na Argentina. O economista Miguel Ángel Broda apresenta dois cenários. Um, pessimista, que indica que o crescimento oscilará entre zero e 1,5%. O segundo cenário, de grave pessimismo, retração de 1% a 3%. Não há cenários otimistas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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