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Argentina pode ser obrigada a negociar com FMI

País mantém dívida com Clube de Paris. Renegociação passa pelo Fundo

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo do presidente Néstor Kirchner poderia ser obrigado a voltar à mesa de negociação com o Fundo Monetário Internacional (FMI), por causa da dívida que mantém com o Clube de Paris. O porta-voz do FMI, Masood Ahmed, disse hoje que "geralmente, a norma tem sido que as reestruturações de dívida do Clube de Paris se produzam junto a um programa do FMI". Segundo as agências internacionais, Masood não entrou em detalhes sobre o assunto. Porém, a declaração chama atenção do governo de Kirchner, que iniciou as conversas com o Clube de Paris para renegociar sua dívida de US$ 6,5 bilhões. Em janeiro de 2006, quando o governo da Argentina pagou, antecipadamente, tudo o que devia ao FMI (US$ 9,5 bi), Kirchner anunciou que a partir desse pagamento, "a Argentina ganhava sua liberdade" para escolher a melhor receita econômica para o país, sem depender do FMI e de suas "pressões indevidas". Em janeiro passado, Kirchner assinou um acordo com o governo da Espanha para o pagamento de uma dívida de US$ 960 milhões, em seis anos. O empréstimo espanhol foi concedido durante a crise de 2001 e a renegociação desse financiamento foi feito isoladamente dos demais credores do Clube de Paris. Crescimento econômico A economia da Argentina cresceu 8,5% em 2006, segundo confirmou a ministra de Economia, Felisa Miceli. Durante visita a uma empresa argentina de insumos médicos, Miceli disse que o crescimento do país deve-se ao "momento extraordinário" da economia local, com "um eixo fundamental na defesa da indústria nacional". Miceli citou como exemplo o caso da empresa de laticínios Sancor, que estava a ponto de ser vendida para capitais estrangeiros liderados pelo norte-americano George Soros. Mediante negociação com o governo da Venezuela, a Sancor acabou sendo mantida como uma cooperativa nas mãos de produtores argentinos. Segundo a ministra de Economia, os detalhes do salvamento da Sancor estão sendo fechados nesta quinta-feira, em Caracas, entre a secretária Legal e Administrativa, Estela Palomeque, o ministro de Planejamento, Julio De Vido, o governador de Santa Fe, Jorge Obeid, e os representantes do governo de Hugo Chávez. "Há três meses dissemos que queríamos que (Sancor) continue sendo uma cooperativa e hoje podemos afirmar que o Banco Nacional de Desenvolvimento da Venezuela concederá os primeiros US$ 20 milhões para capital de trabalho, com garantia de nosso Banco Nación", destacou a ministra.

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