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Argentina reforça controles cambiais para conter queda de reservas

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Por Redação
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A Argentina aumentou imposto sobre compras feitas com cartões de crédito no exterior e sobre a compra de dólares para viagens na tentativa de conter o consumo das reservas internacionais do país. A medida, publicada no diário oficial do país, elevou de 20 para 35 por cento o imposto sobre compras feitas com cartão fora do país e para compras de pacotes turísticos e passagens de avião. Além disso, a medida elevou para o mesmo valor nas escassas compras de dólares por argentinos que o governo autoriza para viagens ao exterior. O governo havia negado recentemente que planejava endurecer as compras de divisas para o turismo. Ao tornar as viagens mais caras, o governo está buscando desencorajar os argentinos a irem ao exterior para comprarem produtos enquanto tenta interromper o rápido declínio das reservas internacionais. Controles estritos impostos no final de 2011 restringiram a compra de dólares, moeda usada pelos argentinos para protegerem suas economias. A restrição fez a taxa cambial não oficial disparar em um crescente mercado negro da moeda norte-americana. "Acreditamos que há uma drenagem de divisas que se dá através de operações de turismo, por distintos componentes", disse a jornalistas o chefe do Gabinete de Ministros, Jorge Capitanich. "Temos que ser muito cuidadosos na administração de reservas (...) para potencializar o crescimento da atividade econômica", afirmou. O Tesouro da Argentina tem utilizado reservas do banco central do país para fazer frente a vencimentos de dívida e financiar gigantescas importações de energia. As reservas, nesta semana, caíram abaixo dos 31 bilhões de dólares ante 43,29 bilhões no final de 2012. Analistas estimaram que o turismo argentino custa às reservas do banco central entre 600 milhões e 800 milhões de dólares por mês. A escassez da moeda norte-americana deve-se a menores exportações por conta de um câmbio artificialmente valorizado que atingiu a competitividade do país e a baixos níveis de investimento estrangeiro no país diante da desconfiança gerada pelas políticas intervencionistas da presidente Cristina Kirchner. (Por Alejandro Lifschitz e Jorge Otaola)

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